25.7.11

Extra paga indenização de R$ 260 mil por racismo contra criança

Hey, want a biscuit?
Hey, want a biscuit?, a photo by Danilo D. L on Flickr.
Liga notícia no jornal O Estado de São Paulo do dia 21/7/2011, tipo tiozinho do Supermercado Extra aceitou pagar R$ 260.000,00 de reparação por preconceito e racismo em cima de uma criança afrodescendente de 10 anos. História cabulosa, sangue nos olhos em cima do moleque que tinha acabado de comprar biscoito e gasto o dinheiro na loja, vai vendo:
Supermercado paga R$ 260 mil a criança alvo de racismo
Estadao.com - 21/7/2011

O garoto negro T., de 10 anos, que acusa seguranças do Hipermercado Extra da Penha, na zona leste de São Paulo, de tê-lo chamado de "negrinho sujo e fedido" e de ter sido obrigado a tirar a roupa, foi indenizado em R$ 260 mil pela empresa. Os seguranças suspeitavam de furto. A criança não havia levado nada.

O caso ocorreu em 13 de janeiro. Segundo depoimento da criança no 10.º Distrito Policial (Penha), ele foi abordado por três seguranças e levado para uma "sala reservada" com outros dois garotos, de 12 e 13 anos. Após as ofensas raciais, um segurança "japonês" (com feições orientais) o ameaçou com uma "faquinha de cabo azul", com um tubo de papelão - dizia que "era bom para bater" - e afirmou que ia "pegar um chicote".

O garoto foi obrigado a tirar a roupa e, só depois, os seguranças verificaram que T. levava nota fiscal de R$ 14,65, que comprovava a compra de dois pacotes de biscoito, dois pacotes de salgadinhos e um refrigerante. O documento foi anexado ao inquérito e é uma das principais provas contra os seguranças.

Mesmo puxando a indenização e pagando o malote todo de real bacana da empresa não teve o dom de assumir a culpa e assinar canetinha. A reportagem do jornal continua, sente o drama:
Apesar da indenização, o Grupo Pão de Açúcar afirma "não reconhecer" as alegações. Segundo o texto do acordo, a indenização foi concedida "por mera liberalidade e sem qualquer assunção de culpa nas esferas cível ou criminal". Os seguranças envolvidos, segundo a empresa, foram demitidos.

O Grupo Pão de Açúcar ainda afirmou que "repudia qualquer ato discriminatório, pauta suas ações no respeito aos direitos humanos e esclarece que o assunto foi resolvido entre as partes". "A investigação criminal não pode parar. Nesse tipo de caso, as punições têm de ser exemplares. São crimes muito graves, que podem marcar a pessoa para a vida toda. Especialmente quando a vítima é uma criança", disse o presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), Ivan Seixas, que acompanhou o caso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Moleque brincando, sai correndo, pretinho dando pinote, 1-2 é enquadro. 260 mil é pouco, 500 anos de extermínio: antigamente quilombos, hoje periferia.

Tipo aquela rima dos Racionais: "preto e branco pobre se parecem, mas não são iguais".

É embaçado ou não é?


-> Arquivo: 23.8.2006 : Indenização por crime de racismo: Justiça condena supermercado a pagar R$ 60 mil
-> Arquivo: 23.8.2006 : Relatório da ONU sobre racismo no Brasil
-> Arquivo: 4.10.2005 : Cotas para afrodescendentes nas empresas e corporações
->Arquivo: 14.7.2005 : Reparações aos descendentes daqueles que sofreram com a escravatura, sequestro e trabalhos forçados
->Arquivo: 7.5.2005 : Afrodescendentes argentinos, los primeros desaparecidos
-> Coletando : Livraria Cultura: Livro - Uma história não contada. Negro, racismo e branqueamento em São Paulo.
-> Coletando : Mercado Livre : Busca : Racionais MCs e Afro

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