3.7.12

Cabelo crespo de estagiária seria contra o padrão de escola em São Paulo/SP



Mano, liga essa fita cabulosa que saiu no Jornal Nacional na TV Globo - Polícia investiga denúncia de racismo contra estagiária de colégio em São Paulo - e que o mano do canal Hernaniquilombo teve o dom de gravar e publicar no YouTube dia 7/12/2011. Vai vendo a treta na descrição do video:

(...) A estagiária Ester Elisa da Silva Cesário acusa seus superiores de perseguição e racismo. Conforme Boletim de Ocorrência registrado no dia 24 de novembro (2011), na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) de São Paulo, ela teria sido forçada a alisar o cabelo para manter a "boa aparência".

"Ela disse: 'como você pode representar o colégio com esse cabelo crespo? O padrão daqui é cabelo liso'. Então, ela começou a falar que o cabelo dela era ruim, igual o meu, que era armado, igual o meu, e ela teve que alisar para manter o padrão da escola." (...)
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Dia 16/12/2011 o jornal Folha de São Paulo tb mandou o salve na reportagem Encrespou escrita por Tatiane Santiago e Emilio Sant'Anna reproduzida no site da NQM:

Encrespou.

Por Tatiane Santiago (Agora) e Emilio Sant'Anna (de São Paulo/SP)

Estagiária afirma ter sido alvo de preconceito após diretora de colégio pedir para que ela alisasse o cabelo; caso foi parar na delegacia de crimes raciais

Quando o primeiro cabelo "black power" chegou por aqui, na cabeça de Tony Tornado, 81, logo foi evidente que era parte do movimento de afirmação racial dos negros. Nesta semana, 41 anos depois, o ator ficou "enjoado" ao saber que o penteado ainda causa preconceito.Tony não queria acreditar quando leu, no Facebook, o caso da estagiária Ester Elisa da Silva Cesário, 19.Ela afirma ter sido alvo de racismo no colégio Internacional Anhembi Morumbi, no Brooklin, zona sul de São Paulo, onde é estagiária.Assim como Tony, Ester é negra. Seu cabelo é crespo, bate nos ombros. Ela preserva o volume natural dos cachos.Segundo Ester, em seu primeiro dia de trabalho como assistente de marketing, no dia 1º de novembro, a diretora do colégio reclamou de uma flor presa em seu cabelo e pediu para deixá-los presos.Dias depois, a diretora a teria chamado novamente para reclamar do cabelo.Dessa vez, conta Ester, a mulher foi além: disse que compraria camisas mais longas para que a funcionária escondesse seus quadris."Como você pode representar nosso colégio com esse cabelo crespo?", indagou a diretora, segundo a jovem.Ainda de acordo com a estagiária, a diretora contou que já teve cabelos crespos, mas os alisou para se adequar ao padrão de beleza exigido.Foi a gota d'água para a estagiária procurar a polícia. Ester registrou um boletim de ocorrência na Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância)."A discriminação me afetou de tal forma que eu não consigo mais me olhar no espelho e mexer no meu cabelo. Ela [a diretora] mexeu com meu emocional. Estou triste e choro a todo instante", diz.

Discriminação

Para o professor de direito constitucional da Fundação Getulio Vargas (FGV), Oscar Vilhena Vieira, casos como o de Ester são flagrantes desrespeitos à Constituição.Segundo ele, o caso pode gerar uma ação cível ou criminal. "Para isso, é preciso que fique demonstrada a intencionalidade da discriminação", explica.Para Tony, os 41 anos que se passaram desde que se tornou o primeiro a usar um "black power" não foram suficientes para acabar com o preconceito no país."Depois que vi a história, fiquei enjoado, pensando como pode acontecer uma coisa dessas em 2011."

Colégio diz que não teve intenção de constranger

O colégio Internacional Anhembi Morumbi afirma, em nota, que a direção da escola e o restante da equipe de funcionários com a qual Ester Elisa da Silva Cesário trabalha nunca teve a intenção de causar qualquer constrangimento.

De acordo com a nota, o colégio possui um modelo de aprendizagem inclusivo, que abriga professores, estudantes e funcionários de várias origens e tradições religiosas.

O uso de uniformes por alunos e funcionários é exigido para que o foco da atenção saia da aparência. A instituição afirma que ainda não foi notificada oficialmente sobre o boletim de ocorrência registrado pela estagiária.

O colégio também afirma que entende que o respeito às diferenças é um assunto sério e, por isso, colocou formalmente esse tema em seu estatuto e na grade curricular.
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Dia 8/12/2011 o site Geledés publicou - A estágiária Ester Elisa da Silva Cesário diz que foi transferida para o arquivo - tipo seguindo a rima com bacana do colégio CAM estilo sangue nos olhos. Sente o drama:

(...) Contratada em 1º de novembro, ela costumava ficar ao lado da recepção e mostrava o colégio para os pais interessados em matricular seus filhos.
Na última segunda-feira, quando o caso ganhou repercussão em redes sociais, diz que foi transferida para o arquivo, em uma sala em frente à direção.
"Agora só arquivo documentos e carimbo carteiras dos alunos", diz a jovem.

Resposta: A conselheira do colégio Mercedes Vieira disse que não houve mudança de função. O colégio nega discriminação.
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1-2 a tiazinha do colegio tem mais é que colar no blog Cabelo Crespo é Bom e pagar um pau na rima da Mariangela Miguel, demorou:

Cabelo Crespo é Bom
Mariangela Miguel

Se você me perguntar como esse blog nasceu, vou dizer que nasceu por causa de uma indignação. Depois de tantos anos ouvindo (e eu mesma afirmando!) que meu cabelo é ruim, que cabelo crespo é ruim, que fulana tem cabelo ruim, cansei. É verdade que nunca gostei de cabelos lisos, não combina comigo. Mas os cabelos cacheados sempre me provocaram suspiros.

Tentei de tudo, chapinha, relaxamento, mas é obvio que os cachos nunca ficaram  perfeitos. É claro que na adolescência a frustração é maior. Quem não quer ter o cabelo da moda? Quando o seu cabelo só cresce para cima, como explicar para uma menina de 13 anos que ela não pode nem sonhar com o cabelo Chanel?  Quem é o culpado? O cabelo ruim.

Acreditei nisso por muitos anos. Hoje, depois de tantas experiências (que vou fazer questão de contar cada uma para vocês), cheguei a seguinte conclusão: se meu cabelo fosse realmente ruim, não teria agüentado tanto secador, chapinha e química.

É preciso ser muito bom para passar por um processo químico, mudar toda a textura do fio e ainda ficar parecido com o cabelo da modelo da revista. Por isso, a-do-ro o meu cabelo. Se você, como eu, também tem cabelos crespos, afirmo e repito: cabelo crespo não é ruim, é bom e muito bom.

(...) Não importa qual a sua escolha, vamos nos unir em uma jornada que vai transformar nossos cabelos em verdadeiros objetos do desejo. É isso.
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Sentiu firmeza? Se joga no cabelo cacheado, encaracolado, pixainho, uscambau.

Antigamente quilombos hoje periferia,
Brasil 500 anos de extermínio.

Um comentário:

Mirna disse...

Eu condeno o racismo. Acho que é desagradável discriminar as pessoas porque elas têm o cabelo diferente. Eu acho que o cabelos cacheados são típicos do nosso país, da nossa raça, os nossos povos originais. Eu quero viver em um mundo mais justo.

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