19.10.06

Mídia autônoma e comunitária na favela Heliópolis

Fantasy Short Film Festival 2008

Liga matérias milianos no jornal O Estado de São Paulo, mandando um salve sobre os corres de mídia autônoma e comunitária na Favela Heliópolis, aqui em Sampa, uscambau. Tipo, rimando sobre produtora de vídeo e cinema do Gildivan e tb sobre o jornal local A Folha de Heliópolis. Olha a conversa:
Gil, o Buscapé da Cidade do Sol, registra festa e dor
11/12/2005 - Adriana Carranca

Cineasta quer retratar lado legal de Heliópolis, mas vídeo sobre mazelas é que emplacou em festival de curtas de SP

A frase que Gildivan Félix Bento, de 33 anos, mais ouve dos amigos é: "Você devia se candidatar a vereador", de tão conhecido que é em Heliópolis. Ele abre um sorriso tímido e orgulhoso, mas desconversa. Não larga por nada a profissão: fotógrafo e cineasta. Do topo da casa mais alta ao beco mais estreito, não há canto que não conheça ou ao qual não tenha acesso na favela, onde mora há 22 anos. Versão paulistana do protagonista do filme Cidade de Deus, ele é o Buscapé da Cidade do Sol (Heliópolis, em grego).

O filme de Fernando Meirelles, que se passa no Rio, é narrado pelo menino pobre que sonha em ser fotógrafo para retratar a vida na comunidade. Consegue uma bela foto da guerra do tráfico nos morros, mas, com medo de represálias de bandidos e da polícia, não publica a imagem. Na vida real, Gil, como é conhecido, tem os mesmos motivos para nem sequer tentar fotografar cenas parecidas. "Não quero ter o mesmo destino de Tim Lopes", declara, referindo-se ao jornalista assassinado por traficantes em uma favela do Rio.

Gil percorre Heliópolis em busca de histórias e imagens há quase uma década. Com a Associação Cultural Kinoforum e outros dez jovens da favela, produziu três filmes. Entre eles, um curta-metragem sobre os 1.578 moradores que vivem em palafitas sobre um córrego poluído e infestado de ratos - local de maior vulnerabilidade da favela, segundo a Subprefeitura do Ipiranga. O poder público não faz nenhuma benfeitoria lá, por ser área de proteção ambiental.

O documentário de 7 minutos Armando o Barraco foi apresentado no 14º Festival International de Curtas Metragens de São Paulo. Os outros eram sobre jovens de periferia. Mas o que ele quer é mostrar a beleza de Heliópolis. "Aqui tem o pôr-do-sol mais bonito do mundo", diz, do alto da casa de cinco andares do amigo Benê. "Tem muita coisa boa na favela, muita beleza e gente feliz. O que é ruim, o povo cansou de ver."

Gil começou a trabalhar aos 10 anos, como empacotador em um hipermercado na Rodovia Anchieta. "Quando você é criança, qualquer dinheirinho que entra, fica feliz", diz ele, que discorda do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em relação ao trabalho infantil e se arrepende de não ter concluído o ensino médio. "Jovem tem de trabalhar e estudar. Cabeça vazia pensa besteira."

Trabalhou em uma fábrica de chocolate, uma marcenaria e uma empresa de serviços elétricos. Todas fecharam. Quis começar negócio próprio. "Um dia percebi que na favela tinha muita festinha, mas ninguém gravando ou fotografando", conta. Com o FGTS do último emprego, comprou a primeira VHS. Leu o manual em um dia.

Começou a filmar festas de amigos de graça. "E não é que ficava bom e bonitinho?" Passou a cobrar e, com o dinheiro de três ou quatro festas por mês, pagou as 12 prestações de uma ilha de edição usada. Queria entregar as fitas como a do casamento da prima, com letreiros e efeitos especiais. Distribuiu faixas pela favela oferecendo o serviço e pediu a um amigo que anunciasse na Rádio Heliópolis. Há seis anos, foi contratado como fotógrafo e cinegrafista oficial da associação de bairro. Tem contatos com bombeiros e, com isso, acompanhou tevês brasileiras e até uma japonesa nas vielas de Heliópolis. "Comecei tentando trabalho fora, mas quando a gente diz que é daqui, o povo discrimina. Graças a Deus, hoje vivo da Heliópolis." Foi Gil quem filmou o presidente Lula em visita à favela. Considera ser dele a melhor imagem que já fez, assim como a frase que diz representar sua vida. "Na posse, Lula disse tudo: 'A esperança venceu o medo.'"

Dando linha na pipa, uma pá de números do jornal local, pá e tal. Vai vendo:
Jornal local tem tiragem de 10 mil exemplares

Como quase todo jovem de Heliópolis, Alexandre Paulo de Souza, de 28 anos, não tem diploma de universidade para exibir na parede, o que o deixava triste. Hoje, não liga, embora ainda sonhe em cursar jornalismo. No local reservado para o certificado, pôs a capa do primeiro exemplar, em tablóide, do segundo maior motivo de orgulho em sua vida: o jornal A Folha de Heliópolis, quinzenal com 10 mil exemplares, lançado em março. O primeiro é a filha, Carolina, nascida uma semana depois do jornal. "Pedi muito para ela esperar. Não podia falhar com os anunciantes na primeira edição. E a credibilidade?"

Começou com oito páginas e 15 anunciantes, conquistados no porta-a-porta. Após 19 edições, ganhou formato standard, com seis páginas e 34 anunciantes, que permitem que ele viva do negócio e empregue quase todos os parentes. Não deixa de ser um jornal familiar, como vários diários do País.

O pai largou o serviço de pedreiro e virou gerente comercial. A mãe, ex-costureira que só se aproximava de uma câmara em aniversários da família, tornou-se fotógrafa. A mulher escreve as receitas da página 2 e o irmão é digitador. A cunhada dá dicas de saúde na 3 e o sogro assina a coluna de religião Mensagem de Fé, na 4.

Antes de investir no primeiro jornal de Heliópolis, Souza instalou persianas, foi atendente em posto de saúde e balconista em loja de construção. Até abrir uma estamparia. "Um dia, o movimento estava fraco. Só entrava gente para perguntar se eu tinha recebido o jornal do bairro, que raramente chega a Heliópolis. Daí veio a idéia."

O computador que estampava camisetas passou a desenhar páginas, com dicas de um primo jornalista. Só faltava vender. "Coloquei o jornal de bairro debaixo do braço e fui entrando em cada lojinha. Como não tinha o meu jornal para mostrar, vendi anúncio no outro."

Os R$ 1.400,00 para a edição número 1 vieram de anunciantes da Heliópolis. Como todo jornal popular, a página mais lida é a de empregos. Há serviço de utilidade pública e notícias de eventos culturais que o jornal apóia, como o Miss Heliópolis. Só não se vê violência nas páginas. "Não tenho nada com isso", explica.

Demorou!

É tudo no seu nome.

->Arquivo: 12.9.2006 : Biblioteca na casa do pedreiro em São Gonçalo/RJ
->Arquivo: 13.7.2006 : Projetos para favelas cariocas e o teleférico de Medellin
->Arquivo: 17.4.2006 : Fábrica de Criatividade, Capão Redondo, matéria no Estadão
-> Arquivo : 12.12.2005 : Victoria Abril faz ponta no Cine Favela Heliópolis
-> Arquivo: 6.9.2005 : Festa na Favela Godoy para gravação do DVD
->Arquivo: 2.6.2005 : Diretor de cinema e pedreiro no jornal O Estado de SP
-> Coletando : Mercado Livre : Busca : Camera Digital, DVD Player, Celular com camera e Impressoras
-> Coletando : Buscapé : DVD Cidade de Deus e CD Rappin Hood
-> Compartilhando Banners : Livros Cidade de Deus e Capão Pecado e DVD - Rádio Favela. Uma onda no ar

Um comentário:

Gilberto Amatuzzi disse...

Virada Esportiva – Ipiranga.

Esporte é saúde.

Empenhados em divulgar a importância dos esportes e seus benefícios, os três equipamentos da região, Clube Escola Ipiranga, Clube Escola Vila Carioca e o Clube Escola Independência, não mediram esforços para preparar uma extensa programação. Durante todo o dia realizaremos torneios de futsal masculino e feminino – sub 10, sub 14 e sub 16; Voleibol Adaptado, Voleibol, Tênis, Basquete, Peteca, Queimada, Jogos de salão, Brinquedoteca, Palhaços, Cama Elástica alem de aulas abertas deTai Chi Chuan, Capoeira, Apresentações de Kung Fu, Box Chines, Danças de salão, Dança do Ventre. Contaremos também com a participação do Instituto Embelesse com corte de cabelo, a Faculdade Uiniban com orientações de saúde e exames de Aferição de pressão arterial, IMC (Índice de massa corpórea). e a UBS Vila Carioca farão um posto de vacina contra a poliomielite
Um grande palco esta sendo montado para uma programação super especial, show musical com diversas bandas, teremos ainda a dupla Ewerton e Alex alem da participação especial da dupla Azul e Azulejo (vencedora do concurso Domingão do Faustão). alem da Dupla revelação Silas e Samuel, os garotos de ouro.
Teremos ainda sorteios o dia todo,Participe!!!

Local: Clube Escola Vila Independência Rua das Municipalidades nº 10- Ipiranga - fone: 2060-0814
Horário: das 8h00 as 18h00.
Data: 19/09/2009

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