11.4.05

Uma história não contada

Senzala

Liga q milidias trombei com essa matéria no jornal Folha Sinapse, Leituras Cruzadas: Uma história cada vez mais bem contada, com tiozinho versando de livro novo sobre escravidão, diáspora africana, holocausto dos pretos, uscambau.
Maior neurose. Tiozinho cita uma pá de livros, na direta o Feitores do Corpo, Missionários da Mente - Senhores, Letrados e o Controle dos Escravos nas Américas, 1660-1860, de Rafael de Bivar Marquese, e Uma História Não Contada - Negro, Racismo e Branqueamento em São Paulo, de Petrônio Domingues. Vai vendo copy paste dos trechos versando sobre esse último livro, idéia cabulosa, cabelo avoa:
"Uma História Não Contada", de Petrônio Domingues, professor de história na Universidade Estadual do Oeste do Paraná, ultrapassa a "fronteira" do tempo da escravidão no país para entrar na história que a sucede, que é a do trabalho livre e da exclusão dos ex-escravos.

Seu principal objeto é o "racismo à paulista", a segregação do trabalhador negro no período pós-escravidão e a implementação de um projeto de "branqueamento" pelas elites locais. O projeto era explícito e visava à extinção do negro. "Pelas estimativas mais 'confiáveis', o tempo necessário para a extinção do negro no país oscilava entre 50 e 200 anos", escreve Domingues. "Essas previsões eram difundidas, inclusive, nos documentos oficiais do governo."

Domingues utiliza incontáveis fontes, de registros de testes de alfabetização a censos, de memórias de descendentes de escravos à imprensa negra —suas citações sobre estas últimas indicam uma clara consciência do processo de discriminação do negro já no primeiro quartel do século 20, sendo que algumas dessas formas, como o "prefere-se branco" dos anúncios de emprego, sobreviveram, ainda que levemente atenuadas (sob a forma da exigência de "boa aparência").

Ao apontar o "branqueamento" da cidade (pelo censo de 1872, 37,25% da população era negra; em 1893, 11,1%), Domingues acredita que, mais que a realidade, o resultado refletia um desejo da elite: "No cruzamento do branco com o negro, contava-se com o 'clareamento' gradual e permanente da pessoa, mas jamais se cogitava a hipótese de que a mestiçagem gerava o 'enegrecimento' da população", escreve.

O discurso é politicamente engajado. Por isso, responde de forma direta tanto a questões do passado como do presente. O autor diz ter havido uma política de "ação afirmativa" (ele mesmo coloca entre aspas, reconhecendo, de certo modo, que esse é um conceito do nosso tempo) a favor dos brancos imigrantes, enquanto era negada a possibilidade de aplicar políticas reparatórias ao ex-escravo e a seus descendentes, o que é um forte argumento em favor de políticas de ação afirmativa hoje. Por outro lado, tal postura acaba, por vezes, minimizando os efeitos lucrativos que a opção ideológica, sem fundamento real, teve para a elite, ao ampliar o universo de possíveis trabalhadores, permitindo um rebaixamento geral —mas não necessariamente homogêneo— dos salários.

Domingues tem dados muito fortes que indicam o favorecimento do imigrante europeu em relação ao discriminado negro e que apontam que houve uma construção do mito da superioridade intelectual do imigrante em relação à mão-de-obra negra.
(...)


É embaçado ou não é? Então, na matéria além desse Uma História Não Contada - Negro, Racismo e Branqueamento em São Paulo tb manda um salve pros livros O Trato dos Viventes - Formação do Brasil no Atlântico Sul, Na Senzala, Uma Flor e As Camélias do Leblon e a Abolição da Escravatura.
Então, como rimaram os Racionais: "Preto e branco pobre se parecem mas não são iguais". Tem o dom?

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