Liga nois, milianos saiu essa matéria no Estadão, com a correria japa tupiquim - tanomoshi, moai, yure - tipo um consórcio de dinheiro, clube de microcrédito autônomo não oficial, incubadora de microempreendimentos, serviços financeiros c2c, uscambau. Tipo tinha até escaneado a rima, mas ligeiro com aquela fita da Fiat senha Tanto Faz liberando o acesso ao site dos bacanas do Estadão, ligeiro fiz um copy paste do texto no Metaong.info. Daquele jeito.
Presidente, este é o 'tanomoshi'
08/07/2004 - Jornal O Estado de S.Paulo
Por Celso Ming
O presidente Luiz Inácio poderia ao menos ter certo senso de realidade. Ele está carregado de razão quando critica os juros escorchantes dos cartões de crédito. Mas essa aí de mandar qualquer um se abastecer de dinheiro numa cooperativa de crédito é de cabo-de-esquadra, como diziam os mais velhos.
O mínimo que se poderia esperar do presidente seria um pacote de medidas que facilitasse a formação de cooperativas. Mas não se viu nem sombra disso.
Dona Ermelinda Coutinho não consegue dormir porque está afogada em dívidas.
Já fez três novenas para Santa Edwiges, a padroeira dos endividados, reza todos os dias para Santo Expedito, o das causas impossíveis, mas nem com os recursos do céu vem conseguindo equilibrar seu orçamento. Ela gostaria de saber o endereço de uma dessas cooperativas indicadas pelo presidente Lula, para que possa parar de aborrecer os santos com suas insistências. Onde, presidente?
A Organização das Cooperativas Brasileiras nos dá conta de que, no fim de 2003, havia no Brasil 1.115 cooperativas de crédito, das quais participam 1,9 milhão de cooperados. Mas é complicado entrar de sócio numa delas. Em geral, estão ligadas a sindicatos, associações de classe, sociedades de funcionários de empresas e organizações assim. Estão fechadas a gente de fora.
Sopa de cabrito - Mais fácil é participar de um tanomoshi, espécie de consórcio de dinheiro que não cobra nem juros nem taxas de administração. Surgiu há oito séculos no Japão, com o objetivo de dar ajuda mútua a uma comunidade ou grupo de amigos. O tanomoshi veio para cá com os imigrantes japoneses. Continua largamente praticado na colônia, mas está aberto a brasileiros reconhecidamente honestos. Se você tem um amigo japonês, pergunte-lhe do tanomoshi e ele abrirá um sorriso e falará dele com respeito.
Todo tanomoshi tem um oya (pai, "líder"). É ele quem vai formar o grupo.
Como todo tanomoshi só funciona onde há confiança, o oya só escolhe quem é ponta firme. E isso tem explicação. Em caso de calote, é o oya que tem de assumir as perdas. Não é preciso dizer que o membro de um tanomoshi que deixe de honrar suas prestações carrega na testa a marca invisível da maldição, que qualquer um vai reconhecer: "Lá vai fulano que passou a perna no tanomoshi do sicrano"...
Não há número fixo de participantes. Fechado o grupo, o oya se encarrega da primeira reunião. Lá, fica definida a prestação mensal devida por todos, a duração do grupo, a data em que se realizarão as reuniões seguintes e os pormenores de praxe. Quase sempre, essa reunião é mais do que uma discussão técnica; é ocasião de congraçamento. Nas comunidades de imigrantes da ilha de Okinawa (Sul do Japão), nessa primeira reunião nunca falta o hidjá-nu-shiru, tradicional sopa de cabrito, que vem fumegante num panelão de que as pessoas vão-se servindo.
Excelência - Na data combinada, comparecem todos, com o dinheiro na mão. A primeira bolada é do oya. O sistema do lance é o agari (o que sobe). A partir do segundo mês, leva o resultado aquele que oferecer o lance mais alto. Detalhe importante: daí em diante, esse participante terá de acrescentar à sua mensalidade o lance oferecido nessa reunião. Se a prestação mensal for de R$ 1 mil e se ficou com o dinheiro quem ofereceu R$ 300 de lance, nas reuniões seguintes a prestação desse aí será de R$ 1,3 mil, até o fim do tanomoshi, que pode ter 12 participantes e duração de 12 meses. Assim, cada um incorporará à sua contribuição, em cada um dos meses seguintes, o lance vencedor. Isso é assim para garantir para os outros uma espécie de compensação (que você pode chamar de juros) a ser incorporada mensalmente ao bolão da vez. O oya não tem de pagar esse extra.
Com as variações cabíveis, o tanomoshi é uma instituição informal. Não há leis nem agências reguladoras que fiscalizam o cumprimento dos tratos. E como funciona! Você pode comprovar isso se perguntar para qualquer japonês de seu conhecimento. Ele pode trabalhar numa banca de feira, numa "pedra" da Ceagesp ou numa loja de aparelhos eletrônicos. Aqui no Estadão há vários jornalistas de ascendência nipônica prontos a testemunhar sobre a excelência dessa ação entre amigos.
Mas não vamos pedir ao presidente Lula que oficialize o tanomoshi. É capaz de meter nesse jogo o Banco Central e, quem sabe, a Caixa Econômica Federal, e aí já não será a mesma coisa.
Cachimbando
Tipo, 1-2 tá valendo se maluco replicar esse esquema na web, com paypal, mercado pago, cotas da Taba, tem o dom :-D
Liga q tem q proceder, reputação online a milhão pq não pode atravessar, se não a chapa esquenta.
Fui, nem me viu!
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