27.7.11

Documentários de pixação em DVD e cinema de museu de arte



Milidias o pixador e diretor de cinema e video Djan Cripta teve o dom de colocar no YouTube o trailler do DVD Pixoação que o maluco está endolando pra ligeiro estar a venda e a molecada poder assistir e pagar um pau pra correria toda, uscambau. As imagens foram captadas nas ruas de São Paulo/SP entre os anos de 2010 e 2011 pelos também pixadores Bruno Loucuras e Celio Panico.

Liga que no site do Jornal O Globo saiu uma matéria sobre os filmes do Djan Cripta - 100 Comédia Brasil e Marca das Ruas - e o documentário Luz, Câmera e Pixação, 1-2 fiz um copy paste da matéria:

Ih, sujou! Pichação é alvo de três novos documentários, que discutem seu lugar entre o vandalismo e a arte
10/07/2011 - O Globo - Carlos Albuquerque

RIO - A luz é pouca naquela parte da Praça da Bandeira. A câmera está parcialmente escondida debaixo do casaco do diretor. Djan Cripta não pode gritar "ação", apenas começa a filmar em silêncio quando Tokaya atravessa a rua correndo, pula o portão do prédio e começa a escalar, nervosamente, a estrutura, com a lata de spray presa na bermuda. Seu alvo é um trecho da parede, no terceiro andar, onde ele quer deixar a sua marca. Naquela fria e tensa madrugada, Tokaya, um pichador da Zona Norte do Rio, é o astro solitário de mais uma cena do filme independente "100 comédia Brasil".

- Tô achando meio perigoso. Não tem onde ele se agarrar direito - sussurra Cripta, ele mesmo um pichador "aposentado" de São Paulo, transformado em documentarista.

VÍDEO: Assista ao trailer de 'Luz, câmera, pichação!'

VIDEO: Veja também o trailer de 'Marcas das ruas'

Quando ficar pronto, daqui a alguns meses, "100 comédia Brasil" - que mostra a pichação em cinco cidades brasileiras (Rio, São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte e Porto Alegre) - vai se juntar a outros documentários sobre essa prática que, há anos, racha opiniões, equilibrando-se entre os muitos que a consideram vandalismo e os poucos que enxergam nela algum traço de arte. Para o estado, porém, não há dúvidas: é crime, como diz a Lei de Crimes Ambientais, que prevê pena de até um ano de prisão para quem "pichar, grafitar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano".

Mesmo assim, há três semanas, cerca de 200 pessoas assistiram, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), à exibição do documentário "Luz, câmera, pichação", que foi apresentado também, no final do mês passado, na mostra "Art in the streets", no Museum of Contemporary Arts (MoCA), em Los Angeles. Dirigido por Gustavo Coelho, Marcelo Guerra e Bruno Caetano, o filme é focado na pichação do Rio.

- Eu sempre tive interesse em práticas juvenis de rua, que não dizem com muita clareza ao que vêm e, por isso, são negligenciadas - diz Coelho, professor de Pedagogia da Uerj, que mergulhou no universo da pichação durante seu mestrado em Educação, em 2008. - A ideia inicial era apenas fazer um vídeo, para auxiliar na dissertação, mas acabei me envolvendo e resolvi fazer algo maior, me juntando ao Marcelo e ao Bruno, que tinham feito Cinema. A pichação é meio demoníaca, ela interrompe a harmonia. Ao mesmo tempo, envolve uma cultura riquíssima, raramente discutida. Todos atacam os pichadores, mas eles poucas vezes são ouvidos.

No mês passado, outro filme de Djan Cripta, "Marca das ruas", sobre a pichação em São Paulo, foi lançado na festa de hip-hop Xarpi, tradicional point de pichadores (basta ler seu nome invertendo a ordem das sílabas) no Rio. Quase duas mil pessoas estavam presentes no Scala Rio, na noite que teve também um show de Edi Rock & KL Jay (dos Racionais MCs).

- Criamos a festa há um ano, como um simples encontro da galera da pichação, e agora ela está ficando cheia de gente que talvez nem saiba a sua origem - diz Kel Pastore, 22 anos, ex-pichadora, enquanto assiste a uma improvisada batalha de rimas de hip-hop, na Praia de Botafogo, ao lado de Djan Cripta e Tokaya, pouco antes de a dupla partir para o "rolê de pichação" daquela noite. - Já perdi dois namorados pichando. Um foi morto a tiros em São Gonçalo. O outro caiu de um prédio. Muito triste.

Djan Cripta já viu esse filme. Pichador desde os 12 anos (ele tem 27), perdeu as contas dos processos que sofreu e das surras que levou da polícia enquanto arriscava a própria vida para deixar sua assinatura em algum lugar nada convidativo, durante o processo que chama de "terrorismo poético".

- Fui preso várias vezes e apanhei muito da polícia quando era pego pichando. Vi também gente morrendo na minha frente, como um cara que caiu do oitavo andar de um prédio em São Paulo - diz ele, no táxi, rumo ao "alvo" na Praça da Bandeira. - Pichação causa repulsa, indignação. Mas as pessoas não entendem o trabalho de tipografia que existe ali. A gente criou um novo alfabeto, uma linguagem urbana. E isso é uma forma de arte também.

Diretor do filme "Pixo" (com x mesmo), que chegou a ser exibido em 2009 na 33 Mostra Internacional de Cinema, em São Paulo, o fotógrafo e cineasta João Wainer concorda, em parte, com Cripta.

- Não sei se é arte, mas a pichação é uma das formas de expressão mais sofisticadas que eu conheço - diz ele, autor também do livro "Ttsss. A grande arte da pixação em São Paulo". - Foram mais de 20 anos de evolução para se chegar aos logotipos atuais. Por isso, digo sempre que, quando você entende a pichação, passa a achar bonita a sua feiúra.

Djan Cripta - Ivson é seu sobrenome real, Cripta é o nome da sua gangue em SP - simboliza muito bem as contradições que cercam a cultura da pichação. Em 2008, ele foi um dos responsáveis pelos "ataques" à Faculdade de Belas Artes e à galeria Choque Cultural que culminaram com a invasão da Bienal de São Paulo. Dois anos depois, porém, ele e outros dois representantes do "pixo" foram convidados para participar da mesma Bienal. No ano passado, ele também esteve em Paris, participando de uma retrospectiva sobre arte urbana na Fundação Cartier.

As presenças na Bienal de São Paulo e na Fundação Cartier, em Paris, tiveram um efeito transformador em Djan Cripta, mas, segundo ele, não o domesticaram.

- Ir a esses eventos mudou a minha visão de mundo e minha própria percepção da pichação, uma manifestação cultural tipicamente brasileira - reconhece ele, que assume a rivalidade com outra forma de arte urbana, o grafite. - Mas a gente não quer acabar como os grafiteiros, que passaram a trabalhar com dinheiro da elite. A pichação vai ser sempre agressiva, marginal.

São 3h. Tokaya já está no vão entre o segundo e o terceiro andares do prédio, quando Cripta avista um homem que parece ter ido chamar a polícia. Ele grita "sujou!" para o pichador, que desce rapidamente e sai correndo. Mais tarde, numa rua próxima, os dois se reencontram. E Tokaya reclama furiosamente com Cripta sobre o alarme, que se revelou falso.

- Eu não podia arriscar a sua integridade, Tokaya - defende-se Cripta. - Além disso, estava muito perigoso mesmo. Você podia cair. Não quero registrar uma tragédia no meu filme.

Faltou dar um salve pro filme Pixo, dirigido por João Wainer e Roberto T. Oliveira, que tb tem trailler no YouTube uscambau. Liga o post no blog Ponto XP:
Filme – Pixo – Documentário Sobre Pichação e Pichadores

O impacto da pichação como fenômeno cultural na cidade de São Paulo e sua influência internacional como uma das principais correntes da Street Art. O filme participou da exposição Né dans la Rue (Nascido na Rua), da Fondation Cartier pour l’Art Contemporain, em Paris. O documentário mostra a realidade dos pichadores, acompanha algumas ações, os conflitos com a polícia e mostra um outro olhar sobre algumas intervenções já muito exploradas pela mídia. O filme não traz respostas, mas fornece argumentos para o debate: pichação é arte ou é crime?

"A partir do momento que o filme e a temática são super bem aceitos em Paris, isso começa a abrir um pouco mais a cabeça da galera por aqui também", disse Oliveira. O documentário tem ainda Jorge du Peixe, Racionais, Tejo Damasceno e Instituto e uma música inédita do rapper Sabotage como trilha.

As imagens de acervo de Djan foram lembradas por Roberto. "Ele é mais que uma personagem do filme. O Djan filmava pixação há muito tempo, usamos muito do acervo que ele tinha, imagens que a gente jamais conseguiria fazer", explicou.

Diretores: João Wainer, Roberto T. Oliveira
Roteiro
: João Wainer
Fotografia
: João Wainer
Montagem
: Carlos Milanez
Música
: Ice Blue , DJ CIA, Tejo Damsceno
Produtor
: Roberto T. Oliveira
Produtora
: Sindicato Paralelo Filmes
Duração do Filme
: 61 minutos


Sentiu firmeza? Fui, nem me viu!


Update
9/8/2011: Graffiti 3D de verdade com objetos reciclados

-> Arquivo: 20.7.2011 : Letras de grafite e pixação pro Orkut
-> Arquivo: 14.7.2011 : Racionais MC's e Mano Brown (fake) no Twitter
-> Arquivo: 13.7.2011 : Tsss Livro A Grande Arte da Pixação em São Paulo pra download grátis
> Arquivo: 17.8.2006 : Handselecta, tipos de letras com grafite e pixação
-> Arquivo: 2.6.2006 : Livro "A grande arte da pixação em São Paulo" na Folha de SP
-> Arquivo: 17.4.2006 : Crochê, tricô, fuxico, mobs e arte da rua
-> Arquivo: 28.2.2006 : Arranjo produtivo do grafite e pichação no jornal Estadão
-> Arquivo: 4.8.2005 : Arranjo produtivo do Graffiti
-> Coletando : Amazon : Livro - Graffiti Brasil
-> Coletando : Livraria Cultura: Livros Graffiti Brasil e TTSSS, A grande arte da pichação em São Paulo
-> Coletando : Mercado Livre : Pintura, Orkut, Spray, Grafite, Desenho em vetor

Re: Tivejo

Desk Dancing

Thread sobre interface em vídeo streaming na Lista Radinho publicado originalmente no wiki Tabadotupi.tk

Re: Tivejo

08.08.2002 - Falai' radinhos, oggh,
oggh perguntou: Alguém sabe algo ou ouviu falar dessa empresa?
www.tivejo.com
Ta' ligado q nunca usei a parada do tivejo pq nao tem versao pra mac, mas se pam uma pa' de brazuca cola nas teleconferencias via webcam usando o engine dos bacanas, pode ser q em pindorama so' percam em numero de usuarios para o ms netmeeting, mas ai' ficou pequeno :-)

Eu milianos uso o ivisit, sanguebom das antigas usava o cuseeme, numa dessas trombei com neguinho q usava o tivejo q contou uma historinha d q o barato la' e' so' um skin em portugues pro software do paltalk.com ...

O kuja mandou bem, nessas gomas a pornografia e os perverts ficam a milhao, uma pa' de maluco pagando comedia, peladoes, vestidos de latex, fantasiados de freira, lingerie, uscambau. Vai vendo, no ivisit tem uma sala chamada nekkidradio, o lance dos bacanas e' ficar tocando musica com os djs comandando as pickups tb peladoes, numa outra sala chamada anabolic, acho, uma mina ficava fazendo aerobica pros pagapaus, e' embacado ou nao e'?

Mas ta' valendo, se pam e' o talk show do narrowcast e onde o reality show comecou :-D :-D

A revolucao nao sera' televisionada!

\//
Tupi

Re: Re: Tivejo

08.08.2002 - Msg de Oggh

Valeu Tupi! é verdade, o tivejo é só um skin pro pal talk, instalei ele aqui pra ver qual que é, e é isso mesmo.

Perguntei pq os caras da empresa entraram em contato com um amigo meu e comigo. Eles já tem uma comunidade de 350K, segundo falaram, não que eu acredite nisso. Desses 350K uma pequena parcela é pagante.

Dos programas dee Web Cam eu só conheço o ICUII (I see u too/two), que um amigo usa. Eu, até por não ter câmera, não conheço muitos outros, mas, se pam, é a TV do futuro! Já imaginou neguinho transmitindo programa de casa, misturando áudio/vídeo/web?

Os meios de produção de entretenimento caíram na mão da galera, gravadoras e mega-corporações, se cuidem :), isso é a ponta do iceberg. Se as operadoras de telecomunicação nao quebrarem antes e levarem nossas estrutura de rede!

Oggh


Re: Re: Tivejo

08.08.2002 - Msg de marcelo siqueira

o flash já está fazendo isso.
o novo servidor de streaming, o flashcomm, permite que todos os internautas conectados troquem video, som e dados em real time.
video conferencia, broadcast ao vivo, de video, de som, além de jogos multiplayer, trabalhos desenvolvidos por todos simultaneamente, o escambau.
dá, por exemplo, para criar um site em que cada participante coloque sua programação no ar e tudo fique disponível para todos.
alguns eventos estão começando a disponibilizar wi-fi aos participantes. com uma câmera ligada a um notebook seria possível transmiti-lo ao vivo.
são muitas possibilidades, e o futuro pode ser por aí.
ah, o desempenho tá se mostrando ótimo.
se alguém quiser fazer algo nessa linha, podemos conversar.

( )'s
marceloSiqueira


Re: Re: Re: Tivejo

08.08.2002 - Msg de Oggh,
siqueira falou: se alguém quiser fazer algo nessa linha, podemos conversar.
Pelo q eu tenho lido/visto a Macromedia anda matando a pau. O único limitador ainda, no caso, é a largura/quantidade de banda disponível pra botar isso tudo a pleno vapor.

Fora isso, tem tudo a mão!

Oggh


Re: Re: Re: Tivejo

08.08.2002 - Falai marcelo, radinhos,
siqueira versou: o flash já está fazendo isso. o novo servidor de streaming, o flashcomm, permite que todos os internautas conectados troquem video, som e dados em real time. video conferencia, broadcast ao vivo, de video, de som, além de jogos multiplayer, trabalhos desenvolvidos por todos simultaneamente, o escambau.
To ligado q esse flash mx e' mil graus nessa onda de ferramentas de comunidade com richmedia. Paguei maior pau, vi isso qdo colei naquele guestbook em audiovideo q a keka aqui teve o dom de colocar no blog, achei cabuloso!

Vai vendo, a vantagem desse esquema em flash e' q a videoconferencia ou performance nao precisa ser realtime, se pam o talk show vai sendo montado de modo assincrono e, se existir uma feature de gravar as secoes, poderia ate' ser visto depois por neguinho q colasse atrasado... narrowcast tv ate' umas horas!

Mas se os bacanas da macromedia forem com sede no malote, com a historinha de vender licenca por numero de usuarios, tirando o sangue de site q fizer sucesso com audiencia, se pam qdo chegar a conta vao ter q assinar o 171 :-) Ta' ligado no falecido macromedia drumbeat q era pra fazer flash dinamico, a conversa era essa e neguinho nao quis botar a mao no bolso nao, preferiu o php e mysql de graca mesmo :-D
Oggh rimou: Dos programas dee Web Cam eu só conheço o ICUII (I see u too/two), que um amigo usa.
Alem do paltalk, icuii tb ja' experimentei o ispq.com mas ta' ligado q fora o ivisit e o netmeeting depois de um trial neguinho tem q pagar uma assinatura e ai' ficou pequeno :-)
Os meios de produção de entretenimento caíram na mão da galera, gravadoras e mega-corporações, se cuidem :)
Milianos a molecada ja' invadiu, tao no veneno e webtainment tipo pepafilmes vai ser enxame! Nem adianta a globo botar o blog na nova novela das 7 pq se pam pra pivetada o blog ja' e' A novela, demorou :-D

Na msg anterior so' versei os malucos com ideias pervs pelas salas de webcams mas ta' ligado q tb ja' trombei com paradinha censura livre, tipo uma festa online onde todo mundo tinha q colar com o mesmo nickname, salas de familias brazucas onde cada um estava morando em um pais, uma jam session onde uma cantora com timbre de fernandinha takai cantava as musicas q a audiencia pedia, e uma pa' de neguinho querendo treinar holandes, ingles, alemao, mandarim e japones com qq falante nativo uscambau. Muita risada :-)

E' nois envolvido!

\//
Tupi


-> Arquivo: 25.7.2011 : Re: Reconhecimento de diferenças rompe desigualdade nas escolas
-> Arquivo: 25.7.2011 : Re: Chutando o pau da barraca
-> Arquivo: 20.7.2011 : Re: A web é vermelha?
-> Arquivo: 13.7.2011 : Free agents, era Cadastro de CVs
-> Coletando : Mercado Livre : Busca : Indígena, Webcam e Smartphone

Serviços de beleza em domicílio e no escritório

pré ano novo 2006 by Cami Farina
pré ano novo 2006, a photo by Cami Farina on Flickr.
Liga abaixo o video no YouTube com a reportagem do programa Mesa de Negócios da TV Horizontes em Minas Gerais versando sobre a história da Patrícia Valente, manicure e cabelereira que atende nas casas das clientes em Belo Horizonte/MG, uscambau.



No portal Virgula a matéria Beleza em domicílio escrita pela mana Flavia Durante em 30/1/2009, manda o salve sobre os serviços em São Paulo/SP. Vai vendo o copy paste da correria:
(...) Como nem todo mundo tem tempo ou paciência pro buxixo dos salões, profissionais da beleza estão se especializando em atendimento em escritórios ou em domicílio. Mãos e pés, cabelo, maquiagem e até uma depilação básica pode ser feita onde estiver o freguês. E o mais bacana é que o preço não difere dos salões físicos, dependendo da quantidade de pessoas a serem atendidas pode sair até mais em conta.

A Beleza Delivery é pioneira em São Paulo nesse tipo de serviço a unir o profissionalismo do salão de beleza e a comodidade do atendimento em domicílio. Todo equipamento é adaptado para virar portátil, até o lavatório, e as profissionais são pontuais e instruídas a não exagerar no tititi.

A At Work SP é especializada serviços de beleza em escritórios. A equipe é solicitada desde empresas mais conservadoras, que prezam o visual de seus empregados, até pelas mais descoladas, cujos funcionários tendem a consumir tudo o que é prático. "A idéia surgiu de um conflito pessoal entre o ritmo enlouquecido de trabalho que tinha em uma agência de publicidade e a vontade de estar sempre bem arrumada", diz Mariana Noronha, administradora do serviço. "Um belo dia descobri que esse conflito não era só meu, quando uma amiga me contou que, depois de acordar a semana inteira às 6 da manhã pra trabalhar, ainda acordava cedo no sábado para ir ao salão".

Até quem tem um estilo alternativo de vida também pode ter suas mordomias em casa. Daniela Chiguti tem em sua clientela vários integrantes de bandas, DJs e pessoas que trabalham à noite e dormem de dia. "Tudo começou por acaso, algumas amigas começaram a me pedir para que arrumassem o cabelo em casa e uma foi indicando para outra", diz a cabeleireira. Ela efetua maquiagem e penteados para festas, cortes, colorimetria (tintura, mechas e colorização) e a escova progressiva, que tem grande procura.

Homens também requisitam esse tipo de serviço. Porém Mariana, da At Work SP, observa que eles preferem locais onde tenham mais privacidade, como os que contam com uma sala própria. "No meio dos colegas de trabalho eles não fazem ainda pelo medo de ser enxovalhados", completa. (...)

Liga o catado de links de firmas e profissionais que oferecem o esquema de fazer cabelo e unha em domicílio, salão de beleza delivery na casa das clientes, daquele jeito:

At Work (site desativado)

Beleza Delivery
www.belezadelivery.com.br
São Paulo/SP

Belezadelivery.Net
belezadelivery.net
Campo Grande/RJ

Blz Delivery
www.blzdelivery.com.br
Goiânia/GO

Daniele Chiguti Cabeleireira
japa.dani@gmail.com

Disk Manicure
www.diskmanicure.com
Maceio/AL, Manaus/AM, Salvador/BA, Fortaleza/CE, Teresina/PI e Rio de Janeiro/RJ

Kats Beauty Home
www.kats.com.br
Rio de Janeiro/SP e Manaus/AM

Nata Portal da Beleza
www.nataportal.com.br
Granja Viana em São Paulo/SP, Embu das Artes/SP e Itapecerica da Serra/SP

Mercado Livre
Busca por beleza em domicílio

Tem o dom?

-> Arquivo: 8.7.2011 : Salão Beleza Natural da Dona Zica - Site, blog e canal no YouTube
-> Arquivo: 8.6.2006 : Beleza Natural, a ex-empregada doméstica que virou empresária
-> Arquivo: 13.11.2006 : Sites de aluguel de bolsa Prada, games originais, uscambau.
-> Arquivo: 31.3.2006 : Venda Porta em Porta no Jornal Diário de SP
-> Arquivo: 13.1.2006 : Deize Tigrona no Royal Baile Funk no Vegas 16/1/2006
-> Arquivo: 31.10.2005 : Salão de beleza em domicílio, matéria no Estadão
-> Idéias pro Mercado Livre : Receita de loção pós-barba caseira de hamamélis
-> Coletando : Mercado Livre : Busca : Cabelo , Relaxamento, Hidratação e Afro
-> Blog Brindes, Amostras Grátis e Coisas Achadas no Lixo : Cabelos e Cuidados Pessoais

25.7.11

Extra paga indenização de R$ 260 mil por racismo contra criança

Hey, want a biscuit?
Hey, want a biscuit?, a photo by Danilo D. L on Flickr.
Liga notícia no jornal O Estado de São Paulo do dia 21/7/2011, tipo tiozinho do Supermercado Extra aceitou pagar R$ 260.000,00 de reparação por preconceito e racismo em cima de uma criança afrodescendente de 10 anos. História cabulosa, sangue nos olhos em cima do moleque que tinha acabado de comprar biscoito e gasto o dinheiro na loja, vai vendo:
Supermercado paga R$ 260 mil a criança alvo de racismo
Estadao.com - 21/7/2011

O garoto negro T., de 10 anos, que acusa seguranças do Hipermercado Extra da Penha, na zona leste de São Paulo, de tê-lo chamado de "negrinho sujo e fedido" e de ter sido obrigado a tirar a roupa, foi indenizado em R$ 260 mil pela empresa. Os seguranças suspeitavam de furto. A criança não havia levado nada.

O caso ocorreu em 13 de janeiro. Segundo depoimento da criança no 10.º Distrito Policial (Penha), ele foi abordado por três seguranças e levado para uma "sala reservada" com outros dois garotos, de 12 e 13 anos. Após as ofensas raciais, um segurança "japonês" (com feições orientais) o ameaçou com uma "faquinha de cabo azul", com um tubo de papelão - dizia que "era bom para bater" - e afirmou que ia "pegar um chicote".

O garoto foi obrigado a tirar a roupa e, só depois, os seguranças verificaram que T. levava nota fiscal de R$ 14,65, que comprovava a compra de dois pacotes de biscoito, dois pacotes de salgadinhos e um refrigerante. O documento foi anexado ao inquérito e é uma das principais provas contra os seguranças.

Mesmo puxando a indenização e pagando o malote todo de real bacana da empresa não teve o dom de assumir a culpa e assinar canetinha. A reportagem do jornal continua, sente o drama:
Apesar da indenização, o Grupo Pão de Açúcar afirma "não reconhecer" as alegações. Segundo o texto do acordo, a indenização foi concedida "por mera liberalidade e sem qualquer assunção de culpa nas esferas cível ou criminal". Os seguranças envolvidos, segundo a empresa, foram demitidos.

O Grupo Pão de Açúcar ainda afirmou que "repudia qualquer ato discriminatório, pauta suas ações no respeito aos direitos humanos e esclarece que o assunto foi resolvido entre as partes". "A investigação criminal não pode parar. Nesse tipo de caso, as punições têm de ser exemplares. São crimes muito graves, que podem marcar a pessoa para a vida toda. Especialmente quando a vítima é uma criança", disse o presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), Ivan Seixas, que acompanhou o caso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Moleque brincando, sai correndo, pretinho dando pinote, 1-2 é enquadro. 260 mil é pouco, 500 anos de extermínio: antigamente quilombos, hoje periferia.

Tipo aquela rima dos Racionais: "preto e branco pobre se parecem, mas não são iguais".

É embaçado ou não é?


-> Arquivo: 23.8.2006 : Indenização por crime de racismo: Justiça condena supermercado a pagar R$ 60 mil
-> Arquivo: 23.8.2006 : Relatório da ONU sobre racismo no Brasil
-> Arquivo: 4.10.2005 : Cotas para afrodescendentes nas empresas e corporações
->Arquivo: 14.7.2005 : Reparações aos descendentes daqueles que sofreram com a escravatura, sequestro e trabalhos forçados
->Arquivo: 7.5.2005 : Afrodescendentes argentinos, los primeros desaparecidos
-> Coletando : Livraria Cultura: Livro - Uma história não contada. Negro, racismo e branqueamento em São Paulo.
-> Coletando : Mercado Livre : Busca : Racionais MCs e Afro

Re: Reconhecimento de diferenças rompe desigualdade nas escolas

Capa Cotas raciais

Thread sobre ação afirmativa e educação na Lista Radinho. Publicado originalmente no wiki Tabadotupi.tk

Re: Reconhecimento de diferenças rompe desigualdade nas escolas

29.03.2006
On 3/27/06, Edney Souza wrote:
Argumentação coerente em torno das cotas e assuntos relacionados:
agenciacartamaior.uol.com.br/materia_id=10445

Falai' Edney, radinhos,

Liga nois q o tiozinho do blog Liberal Libertario Libertino tb mandou um salve, ligeiro mudando de ideia e 1-2 defendendo acao afirmativa. Vai vendo:

- liberallibertariolibertino.blogspot.com/2006/03/favor-das-cotas.html

Ligeiro ja' ta' forrado de comments e trackbacks... mas se pam nao vai repercutir mais do q qdo ele rimava aquela historia do cachorro Oliver no furacao Katrina :-)

Demorou.

Antigamente quilombos, hoje periferia.

\//
Tupi

Re: Re: Reconhecimento de diferenças rompe desigualdade nas escolas

30.03.2006 - Msg de Fabiano Onça

Caro Tupi,

Li o comentário sobre as cotas da Agência Carta Maior e também o blog do Libertino, que não me pareceu assim tão liberal, quiçá libertário.

Em poucas palavras, acho que não é justo o sistema de cotas. É, na minha opinião, um lobbie imposto por uma das correntes da sociedade, mais especificamente o movimento negro. Foi aceito pelo perdulário do Lula por um simples motivo: dá um tremendo ibope. É uma medida, na minha visão, populista e demagógica.

Honestamente, acho que uma pessoa não consegue completar seus anos de estudo não por causa da cor. Mas sim por causa da pobreza. É a pobreza e não a cor que alija as pessoas e lhes rouba a chance de uma formação minimamente decente.

(Não estou negando que o Brasil não seja racista. É um país racista sim. Mas não existe segregação oficial em escolas, por exemplo. E a cor não é fator de escolha para cargos públicos, por exemplo. Existem outras coisas indecentes, como ser vítima preferencial de batidas da polícia e outras, mas não existe uma política oficial discriminatória, como havia nos EUA)

É bem verdade que boa parte da população negra coincide em sua maior parte com a população pobre. Fruto da escravidão - raciocínio perfeito. E da espiral da pobreza é dificil sair. Mas também existem brancos pobres. Provavelmente filhos de imigrantes italianos que eram paupérrimos na Itália e continuaram paupérrimos no Brasil, seja porque trabalharam no café ou porque deram o sangue nas fábricas em empregos sub-humanos. Há também os mulatos. E índios. E japoneses. E mais aquele monte de gente que, por levas sucessivas de miscigenação, já não sabe dizer exatamente o que é, a não ser brasileiro :-). O que os une é a miséria. E todos, não só os negros pobres, mas todos, sofrem >>igualmente<< dos efeitos devastadores da pobreza.

Por isso, para mim, fica sem sentido eleger uma minoria de pobres (minoria cuja definição é amplamente polêmica. Afinal, o que é ser negro?) e dar a eles tratamento especial. Ótimo, garantam-se as cotas dos negros pobres!! Mas o que fazer com todos os outros pobres??? (se vocês acham que não existe branco de olho azul passando fome, visitem o interior de Santa Catarina). Por acaso um branco pobre não merece ser tratado com a mesma preocupação que um negro pobre? Podemos então distinguir entre as pobrezas? Podemos afirmar que uns caíram na miséria por fatores mais legítimos que outros?

Imagino a cena: "Olha, meu filho, você vai poder entrar nas cotas, porque seu bisavô era escravo. Quanto a você, seu filho de imigrante sujo, quem mandou seus ancestrais não darem duro o suficiente?".

Sinceramente, uma vez que hoje adotamos o estilo republicano - herança do grande imperador Napoleão, que consolidou a Revolução, que Deus o tenha e que castigue o maldito Wellington com as chamas do inferno - acho que é imprescindível a meritocracia. Agora, é claro: quando existem escolas públicas degradadas e escolas particulares para uma elite endinheirada, o mérito é evidentemente distorcido.

Então, Deus, ò Deus, o que fazer? (Palpite todos podem dar, então dou o meu)

1) Sistema de cotas baseado na condição >> socio-economica << e não na cor.

2) ou então, sistema de cotas reservando metade das vagas para escolas públicas (o que na prática é quase o mesmo que a primeira proposta)

3) Investir na recuperação da educação pública - um dos serviços mais básicos e propositalmente menos trabalhado por todos os governos semicolonialistas que ora nos governam.

Finalmente, uma última observação. Qualquer sistema baseado em cor ou raça privilegia uma parcela necessariamente em detrimento de outra. Nenhuma raça, por qualquer motivo, por qualquer alegação, por qualquer injustiça anterior poderia, IMHO, exigir medidas compensatórias que prejudiquem ou desvalorizem os demais cidadãos (porque antes de mais nada, no sistema republicano, somos cidadãos). É dessa semente que nasce o nazismo.

Grande abraço,

Onça

Re: Re: Re: Reconhecimento de diferenças rompe desigualdade nas escolas

30.03.2006 - Msg de rene

e, se nao me engano, em termos de censo a sua cor e' a cor que voce declara ter. se o pesquisador perguntar para mim qual minha cor e eu disser branco, jambo, cafe-com-leite ou o que for, ele e' obrigado a aceitar.

e como funcionaria cotas por raça? exame de dna? ou pelo que eu digo que sou?

r


Re: Re: Re: Reconhecimento de diferenças rompe desigualdade nas escolas
30.03.2006 - Msg de Marcelo Cukierman

Eu já acho que a cota começa errado pois não define quem é negro. Se não for por teste de DNA, não tem como saber com certeza. Por exemplo, uma pessoa que tenha um bisavô negro e todos os outros parentes de outra cor, é considerado negro? Se não, há negros e negros. O filho do Gilberto Gil, por exemplo, terá o mesmo privilégio que o filho da empregada?

O que essa resrva de vagas faz é nivelar por baixo. Faculdade e universidade é - teoricamente - um lugar de elitismo intelectual. Se os estudantes da maior parte das escolas públicas são mal ensinados, que se eleve o nível das escolas. em vez disso, reduze-se o das universidades. Uma pena... é o Brasil ficando ainda mais para trás.

Há um tempo atrás, a OECD fez uma pesquisa do nível de ensino de matemática e de interpretação de texo com estudantes de 45 países - Brasil no meio (www.pisa.oecd.org). No teste de matemática, os alunos brasileiros ficaram abaixo do nível de competência mínimo (o impacto da origem sócio-econômica é pequeno), e o Brasil só ficou acima da Indonésia e da Tunísia. Em capacidade de resolução de problemas, o mesmo caso se repetiu: alunos brasileiros só forma melhor que tunisianos e indonésios. em ciência, os alunos brasileiros só forma melhor que os tunisianos. Ou seja: como formar engenheiros e pesquisadores se os alunos não têm habilidades matemáticas básicas? E a nota mais alta dos alunos brasileiros mal chegou à média dos primeiros colocados. (o resumo executivo do relatório está disponível em www.pisa.oecd.org/dataoecd/1/63/34002454.pdf)

São estudantes assim que se quer colocar na universidade? O pior de tudo é que eles podem até entrar, mas não vão conseguir completar o curso - ou vão completar em 8 anos, torrando dinheiro e roubando vagas dos mais capacitados. Por outro lado, é uma grande iniciativa para a criação de faculdades privadas de elite, já que muitos bons alunos não poderão cursar as universidades públicas. Será mais um esvazaimento das universidades públicas, é só questão de tempo.

Marcelo

Re: Re: Re: Reconhecimento de diferenças rompe desigualdade nas escolas

30.03.2006 - Msg de Tupi
On 3/30/06, Fabiano Onça wrote:
É bem verdade que boa parte da população negra coincide em sua maior parte com a população pobre. Fruto da escravidão - raciocínio perfeito. E da espiral da pobreza é dificil sair. Mas também existem brancos pobres.
Falai' Onca, radinhos,

Liga q as cotas se pam fazem parte do esquema de acoes afirmativas na levada das reparacoes e pagamento de crime contra a humanidade. Tipo indenizacao mesmo q tardia aos descendentes dos q sofreram trabalho forcado, sequestro, insalubridade, maus tratos, carcere, exterminio.

Tipo pindorama encarando um 14 de maio, data q bacana sempre deu fuga.

Liga a rima dos Racionais: preto e branco pobre se parecem mas nao sao iguais.
Imagino a cena: "Olha, meu filho, você vai poder entrar nas cotas, porque seu bisavô era escravo. Quanto a você, seu filho de imigrante sujo, quem mandou seus ancestrais não darem duro o suficiente?".
Entao, eu acho q imigracao e escravidao sao 2 lados da mesma moeda.
Liga q o governo imperial nao tinha plano nenhum de introduzir os ex-escravos no mercado. Mas subsidiou, financiou e pagou passagem de navio, hospedagem, salario e rango pra uma pa' de imigrante.

Se pam, burocrata e dono de fazenda levava uma fe' q exotando os ex-escravos e trazendo uma pa' de europeu e asiatico ligeiro ia clarear o pais. Cabelo avoa.

Liga q o Charles blogou tb decepcionado com a mudanca de opiniao do LLL:
www.charles.pilger.com.br/blog/2006/03/29/cotas/

Entao, sera' q o bisavo dele pagou passagem? Cumpriu o contrato todo com a fazenda?
Da' pra comparar pau a pau com outro maluco q o tataravo foi capturado, veio acorrentado, espremido e depois vendido no mercado? E' muita treta.

Dando um piao pela quebrada, colando em qq firma e shopping ou assistindo na TV vc ve o resultado desse esquema desigual. Ta' me tirando?

Tem um tiozinho q fez um catado de discursos dos q usaram dinheiro publico pra financiar o inicio da imigracao e escreveu um livro cabuloso: Uma História Não Contada - Negro, Racismo e Branqueamento em São Paulo. Tipo, tinha bacana fazendo continha e acreditando q em 100 anos o pais nao teria mais afro-descendentes, liga nois: tupidataba.blogspot.com/2005/04/uma-histria-no-contada.html

Plano cabuloso, na Argentina foi eficaz. Liga a rima do escritor argentino q o Pdoria mandou um salve - Afrodescendentes Argentinos, Los primeros desaparecidos: tupidataba.blogspot.com/2005/05/afrodescendentes-argentinos-los.html

E' embacado ou nao e'?
Finalmente, uma última observação. Qualquer sistema baseado em cor ou raça privilegia uma parcela necessariamente em detrimento de outra. Nenhuma raça, por qualquer motivo, por qualquer alegação, por qualquer injustiça anterior poderia, IMHO, exigir medidas compensatórias que prejudiquem ou desvalorizem os demais cidadãos (porque antes de mais nada, no sistema republicano, somos cidadãos). É dessa semente que nasce o nazismo.
Entao, o holocausto nazista foi condenado por crime contra a humanidade e todos os individuos, corporacoes e empresas q participaram foram julgados e punidos. Tiveram assumir a culpa, pagar e indenizar as vitimas.

Liga q ano passado mesmo, herdeiros de sobreviventes do holocausto provaram q bancos suicos estavam lado a lado com os nazistas e ligeiro expropriaram com juros e correcao monetaria:
www.timesonline.co.uk/article/0,,3-1570422,00.html

Tem ate' aquele livro crescendo o olho nos contratos da IBM com o estado nazista, tipo fornecendo apoio tecnologico pra industria do exterminio. Se pam tb vai ter q assinar canetinha, enquadra e devolve o malote.

Sem justica nao ha' paz.

Com a escravidao tem q ser o mesmo esquema. Indenizacao e reparacao aos descendentes daqueles q foram sequestrados e mantidos em carcere privado. Crime contra humanidade, holocausto ate' umas horas.

Se comecar com cotas, ta' valendo, e' tudo nosso. Vacilou, tem q buscar.

Demorou.

Antigamente quilombos, hoje periferia.
500 anos de exterminio.

\//
Tupi


Re: Re: Re: Reconhecimento de diferenças rompe desigualdade nas escolas

30.03.2006 - Msg de Ale

Otimas informacoes, Marcelo! Os links serao extremamente uteis para um trabalho que terei de desenvolver sabado na minha pos-graduacao!

Concordo com voce.

Alem disso, o sistema de cotas é um exemplo de preconceito. O proprio sistema e' discriminatorio. Como se apenas o fato de ter a cor de pele negra ja diminuisse as capacidades e a chance de competir de igual para igual com os outros. Além disso, o sistema e' inconstitucional (ja diz na constituicao: somos todos iguais, com os mesmos direitos e deveres). Este sistema e' utilizado, como uma esmola, com fins politicos.

Eh o que chamamos de "inclusao" social. Mas muito mais importante do que a quantidade de alunos que tem acesso ao ensino, e' a qualidade de ensino que temos. Ensino para quem? Para formar que tipo de cidadao? Com que finalidade?

Nao e' o sistema de cotas em universidades que deve ser trabalhado, mas e' a base da educacao. Alguem ja leu pesquisas sobre a quantidade de universitarios que nao conseguem, por n razoes, concluir seu curso? Eh impressionante! So para citar um exemplo, quando comecei minha faculdade a turma era formada por 50 alunos. Destes, apenas 15 se formaram!

Sem um ensino fundamental e medio de qualidade, sera que o jovem vai estar preparado intelectualmente a ate mesmo emocionalmente para realizar um curso superior?

Investir na educacao como um todo, principalmente na valorizacao dos professores (incluindo politicas de incentivo, formacao continuada e etc.), e' o mais sensato para obter resultados positivos a medio e longo prazo (so que resultados de medio e longo prazo nao compram voto).

Com relacao aos criterios, sei que nos EUA a coisa e' muito mais organizada do que aqui no Brasil, la (pelo que foi repassado por uma doutora em educacao, na minha aula de pos-graduacao do sabado passado) voce e' considerado negro se ate a sua 10ª geracao tiver um individuo da raca negra. Por exemplo: voce pode ser branco, seus pais tambem, seus avos, bisavos, etc, mas se na sua 10ª geracao tiver um negro, voce e', por lei, considerado negro.

( )'s
Ale
www.justale.blogger.com.br


Re: Re: Re: Re: Reconhecimento de diferenças rompe desigualdade nas escolas

30.03.2006 - Msg de Edney

Minha salada étnica = índio+português+negro

Sou bisneto de português, neto de caboclo, tataraneto de índio e por aí vai... Pra quem quiser saber a tribo eu descendo dos botocudos :)

Eu nasci na periferia bem do lado do mato, mais de 30 quilômetros do centro, não era um barraco mas o vizinho da esquerda e o de trás moravam em barracos. Estudei em escola pública, aprendi mais em casa com os livros, a escola já não era lá essas coisas e acho que hoje ainda conseguiu piorar. Consegui mudar minha condição social e cultural porque tive educação fundamental, não por méritos do estado ou por méritos econômicos, mas graças aos meus pais que me proporcionaram meios de fazer isso.

Talvez um trabalho de conscientização dos pais e mães, distribuição de livros, oficinas de leituras, jogos pedagócios, etc... Tivesse mais impacto em nosso futuro que um sistema de cotas. Acho difícil o cara que chegou 'estragado' na universidade sair de lá e se dar bem no mercado de trabalho. As vezes essa campanha pelas cotas parece mais uma alternativa defendida por quem cresceu sem estrutura e percebeu que vai se dar muito mal na vida se não 'ralar' pacas, então o militante tenta 'arrumar' o próprio lado, ele pode até argumentar que quer um futuro diferente para seus filhos, mas e as gerações que estão nascendo agora? Estão condenadas ao mesmo calvário para depois encarar uma solução paleativa?

( )´s

Edney Souza - São Paulo - www.interney.net

Re: Re: Re: Re: Re: Reconhecimento de diferenças rompe desigualdade nas escolas

30.03.2006 - Msg de Tupi
On 3/30/06, Edney Souza wrote:
Consegui mudar minha condição social e cultural porque tive educação fundamental, não por méritos do estado ou por méritos econômicos, mas graças aos meus pais que me proporcionaram meios de fazer isso.

Falai' Edney, radinhos,

Teve o dom!

Entao, liga q ano passado 2 moleques afrodescendentes estavam chegando
pra prova do vestibular e resolveram acelerar o passo pra nao se
atrasar. Ligeiro foram confundidos com assaltantes, os gambes nao
levaram uma fe' na historia da hora do vestibular e os 2 perderam a
prova.

Liga nois: observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=314CID003

Se pam, podiam ser seus vizinhos... da mesma quebrada, perto do mato, pa' e tal.
Podia ser o mesmo dia q vc prestou vestibular, mas vc conseguiu chegar.
Os moleques vao ter q no minimo vao ter q esperar mais 1 ano e nao
vacilar nem dar brecha ate' conseguir pegar o papel e lapis na mao.
Acho difícil o cara que chegou 'estragado' na universidade sair de lá e se dar bem no mercado de trabalho.
Ze povinho estragado nem vai pagar um pau de querer desfilar de
caderninho debaixo do braco. Esse afunda o nariz, so' o po' na capa do
caderno.

Conversa de canudo e' pra moleque esforcado, tipo A q assiste filme B
e toma leite C.
Tenta a sorte, 1 por amor, 2 pelo dinheiro.
As vezes essa campanha pelas cotas parece mais uma alternativa defendida por quem cresceu sem estrutura e percebeu que vai se dar muito mal na vida se não 'ralar' pacas, então o militante tenta 'arrumar' o próprio lado, ele pode até argumentar que quer um futuro diferente para seus filhos, mas e as gerações que estão nascendo agora?
Se daqui milidias vc trombar na saida da escola com a diversidade
etnica e social q representa pindorama, ta' valendo. A treta e' colar
em uma universidade, firma ou shopping e ver q afrodescendente e' so'
pra fita de porteiro, seguranca ou faxineiro. Ai' e' embacado.

Demorou.

Sem miseria!

\//
Tupi


Re: Re: Re: Re: Reconhecimento de diferenças rompe desigualdade nas escolas

30.03.2006 - Msg de Daniel Rodrigues

Gente, essa questão de cotas é meramente política.. ninguém tá preocupado se o negro vai viver melhor daqui a dez anos. o que importa é a propaganda que isso gera agora.

Faz parte da bandeira que o lula paz e amor levantou no começo do governo dele e até hoje sustenta. Isso tem o mesmo objetivo de perdoar as dívidas dos países africanos, defender fome zero em Davos, etc..

Propaganda é a alma do negócio. Taí o bono vox pagando pau pra provar. Beleza que o bono é sem-noção e pegou a katilce, mas isso a gente não conta :-)

Abs
Daniel Rodrigues


Re: Re: Re: Re: Reconhecimento de diferenças rompe desigualdade nas escolas

31.03.2006 - Msg de Fabiano Onça

On 3/30/06, Tupi Namba wrote:
Liga q as cotas se pam fazem parte do esquema de acoes afirmativas na levada das reparacoes e pagamento de crime contra a humanidade. Tipo indenizacao mesmo q tardia aos descendentes dos q sofreram trabalho forcado, sequestro, insalubridade, maus tratos, carcere, exterminio.

Desculpe Tupi. Quer indenizar? Que se arrume outra forma. Não é justo que os outros se prejudiquem por conta das "ações afirmativas" de um grupo. Aliás, esse termo sempre me dá mal estar, porque tem um certo tom "fascista".

O problema é que tem gente aqui pensando da mesma forma abusiva que os judeus de lá. Querendo transformar isso numa indústria de reparação. Sugiro que você leia "A Indústria do Holocausto", escrita pelo Norman Filkenstein, cujos pais são sobreviventes de Auschiwtz. Ele relata a bandalheira em que se transformaram as reparações aos judeus, com organizações judaicas achacando bancos suíços e alemães repetidamente. Se houve erro, já tem gente abusando do sentimento de culpa alheio (e da publicidade negativa que isso geraria caso os bancos não pagassem).

Tipo pindorama encarando um 14 de maio, data q bacana sempre deu fuga.

Não sei o que é o 14 de maio. Diga lá.

Liga a rima dos Racionais: preto e branco pobre se parecem mas nao sao iguais.

Isso faz parte, no meu ponto de vista, da auto-glorificação que grupos de rap fazem da sua própria condição. Bazófias. Preto pobre e branco pobre são iguais sim. Quem pensa o contrário é racista, diria eu.

Entao, eu acho q imigracao e escravidao sao 2 lados da mesma moeda.
Liga q o governo imperial nao tinha plano nenhum de introduzir os ex-escravos no mercado. Mas subsidiou, financiou e pagou passagem de navio, hospedagem, salario e rango pra uma pa' de imigrante.

Pagar uma passagem é condição de que eles tiveram um tratamento digno aqui? Você acha que os imigrantes receberam algum tipo de subsídio? Aqueles pobres coitados foram transportados, mas depois tinham que pagar tudo de volta para o dono da fazenda. E a historinha é antiga, a conta nunca fechava, só aumentava. Eram tão pobres-coitados quanto os ex-escravos. Todo mundo explorado, proletário.

Se pam, burocrata e dono de fazenda levava uma fe' q exotando os ex-escravos e trazendo uma pa' de europeu e asiatico ligeiro ia clarear o pais. Cabelo avoa.
Liga q o Charles blogou tb decepcionado com a mudanca de opiniao do LLL...
Entao, sera' q o bisavo dele pagou passagem? Cumpriu o contrato todo com a fazenda? Da' pra comparar pau a pau com outro maluco q o tataravo foi capturado, veio acorrentado, espremido e depois vendido no mercado? E' muita treta.

Estamos falando de períodos históricos diferentes. De certo modo, o que os capitalistas descobriram, já nos 1800, era que era mais barato manter um trabalhador do que um escravo. Mas a coisa não mudou muito não. As jornadas de trabalho eram de 16 horas, havia todo tipo de humilhação e por aí vai. A vantagem é que quando um imigrante morria dava para substituir por outro. Quando o escravo morria, o fazendeiro perdia um bem.

Dando um piao pela quebrada, colando em qq firma e shopping ou assistindo na TV vc ve o resultado desse esquema desigual. Ta' me tirando?

Sim, sem dúvida, existe acho que por toda a sociedade ocidental um preconceito contra os negros que, até a segunda guerra, era plenamente aceitavel. Vale lembrar que na marinha americana os negros não combatiam, eram relegados à cozinha. Isso me parece ser normal - não que não seja lamentável - em sociedades escravagistas. Estou lendo um livro sobre Roma em que há várias citações de personalidades da época falando mal dos judeus e dos gregos - dizendo que escravos desses povos não são confiáveis e não são educáveis. Some-se isso com a condição em que os negros foram "atirados à liberdade", me parece perfeitamente compreensível que na TV só se veja gente branca, nas firmas só se veja gente branca e tal...

Tem um tiozinho q fez um catado de discursos dos q usaram dinheiro publico pra financiar o inicio da imigracao e escreveu um livro cabuloso: Uma História Não Contada - Negro, Racismo e Branqueamento em São Paulo. Tipo, tinha bacana fazendo continha e acreditando q em 100 anos o pais nao teria mais afro-descendentes, liga nois

Sim, mas o que isso tem a ver com a questão da igualdade de direitos em relação às cotas? Conheço o livro, fala do processo de exclusão do ex-escravo no período posterior à escravidão e tal. Entenda uma coisa: não acho que o negro não tenha sido injustiçado. Foi e é. Mas existem outros tipos de injustiça que não são menos relevantes. Por exemplo, contra os nordestinos aqui no Sudeste. É tão ultrajante quanto. Entretanto, não vejo ninguém propondo cota para os nordestinos e nem obrigando as escolas a terem uma disciplina "História do Nordeste". Agora, esse lobbie das "Ações Afirmativas" quer obrigatóriamente incluir uma disciplina "História da África Negra". É de um racismo incrível. Porque não incluímos também "História do Líbano", para fazer jus aos imigrantes libaneses. E também "História da América pré-descobrimento" para honrar os índios. E "História dos Japoneses", afinal, eles foram tratados com muita discriminação quando aqui chegaram e durante o período da segunda guerra.

Plano cabuloso, na Argentina foi eficaz. Liga a rima do escritor argentino q o Pdoria mandou um salve - Afrodescendentes Argentinos, Los primeros desaparecidos.
E' embacado ou nao e'?

Olha, não nego o sofrimento dos negros. Mas elevar o sofrimento de um grupo acima dos outros, torná-lo incomparável, isso é de um fascismo sem limites. Quem hoje em dia faz isso, ironicamente, são alguns grupos judaicos. Transformaram o holocausto no Holocausto. Uma tragédia ímpar. Desculpe, basta ler sobre História para ver pelo menos três outros grandes holocaustos no século XX: Bósnia, Ruanda, Armênios, Curdos. Isso fora os índios norte-americanos no século XIX. Então, acho que a ação afirmativa é um perigo sim. O perigo de elevar um grupo a uma esfera onde não é mais possível comparação ou julgamento.

Entao, o holocausto nazista foi condenado por crime contra a humanidade e todos os individuos, corporacoes e empresas q participaram foram julgados e punidos. Tiveram assumir a culpa, pagar e indenizar as vitimas.

Tupi, o que eu falo é que os alemães nazistas começaram o papinho de nazismo da mesma forma que os negros da ação afirmativa. O discurso era: a Alemanha foi injustiçada. A raça alemã precisa ser recompensada. Tudo que é muito autoreferente, como estas "ações afirmativas", me dá medo. Ou porque é muito ingênuo ou porque é muito bem pensado.

Liga q ano passado mesmo, herdeiros de sobreviventes do holocausto provaram q bancos suicos estavam lado a lado com os nazistas e ligeiro expropriaram com juros e correcao monetaria

Pois é. É a terceira ou quarta vez que os bancos são achacados por isso. Estranhamente, a lista de sobreviventes do holocausto aumentou, e não diminuiu, com o decorrer dos anos.

Com a escravidao tem q ser o mesmo esquema. Indenizacao e reparacao aos descendentes daqueles q foram sequestrados e mantidos em carcere privado. Crime contra humanidade, holocausto ate' umas horas.

Olha, sugiro que a indenização comece pelos caras que capturaram os negros. Não nos esqueçamos que essa indústria era muito lucrativa não apenas para os brancos opressores, mas também para os negros opressores. Vários estados africanos, como por exemplo o poderoso reino do Mali, faziam da venda de tribos inimigas um excelente negócio.

Sinceramente, pensar as coisas em termos de raça não dá certo.

Se comecar com cotas, ta' valendo, e' tudo nosso. Vacilou, tem q buscar.

Discordo. Tem que começar direito. Criar uma injustiça porque existem injustiçados não me parece uma maneira razoável de se fazer justiça.

Antigamente quilombos, hoje periferia. 500 anos de exterminio.

Tupi, gosto de ti. :-)

Onça


Re: Re: Re: Re: Re: Reconhecimento de diferenças rompe desigualdade nas escolas

31.03.2006 - Msg de rene

ola' Fabiano,

confesso que nao li tua treplicas, bem como outras replicas da
questao. o tema e' atual, as questoes envolvidas sao serias, eu mesmo
careço de mais embasamento pra opinar, mas eu tambem me pergunto se
nao vamos aqui aumentar a temperatura do inbox de 670 pessoas com um
debate com grande vocacao para flame war.

o que voces acham?

abracos

rene'


Re: Re: Re: Re: Re: Re: Reconhecimento de diferenças rompe desigualdade nas escolas

31.03.2006 - Msg de Fabiano Onça

Acho que você tem razão. É um prazer discutir com o Tupi, espero que ele não tenha se sentido ofendido. :-)

Grande abraço,

Onça


Re: Re: Re: Re: Re: Re: Reconhecimento de diferenças rompe desigualdade nas escolas

31.03.2006 - Msg de Luciana

É isso aí Rene.
Discussão bacana, mas interminável.
Luciana.

Re: Re: Re: Re: Re: Re: Reconhecimento de diferenças rompe desigualdade nas escolas

31.03.2006 - Msg de Tupi

On 3/31/06, Fabiano Onça wrote:
Acho que você tem razão. É um prazer discutir com o Tupi, espero que ele não tenha se sentido ofendido. :-)

Falai' Onça, rene, radinhos,

Nem esquenta, teve o dom!

Tudo pelo debate!

Como MV Bill mandou um salve: traficando informacao.
A banca do rap ja' ta' ligada, email e microfone e' mais eficaz q uma arma :-)

Mas liga q a industria do Holocausto e' bem melhor q a industria do exterminio.

Se pam tem q ter mais filmes tipo Amistad e Lista de Schindler, daquele jeito :-D

Entao, 14 de maio foi o dia seguinte ao decreto q sobrou pra princesa Isabel assinar.
Q q aconteceu nesse dia? E', uma pa' de tiozinho da' fuga de responder.

Liga q na gringolandia, naquela treta da guerra da secessao, general nortista espalhou a conversa d q a cada fazenda sulista libertada, cada familia de escravos teria direito a 3 acres e uma mula. Demorou.

Da' linha na pipa? Ou melhor nao rimar sobre esse assunto pq a opiniao ja' ta' formada?

Frase de parachoque de caminhao: de onde menos se espera, dai' e' q nao sai nada mesmo.

:-D

A revolucao nao sera' televisionada!

\//
Tupi


-> Arquivo: 23.8.2006 : Indenização por crime de racismo: Justiça condena supermercado a pagar R$ 60 mil
-> Arquivo: 23.8.2006 : Relatório da ONU sobre racismo no Brasil
-> Arquivo: 24.4.2006 : Marcelo Paixão da ONG Observatório AfroBrasileiro, entrevista no Estadão
-> Arquivo: 6.3.2006 : Faculdades Zumbi dos Palmares
-> Arquivo: 1.2.2006 : Projeto Terra Negra Brasil - Financiamento agrário para afro-descendentes
-> Arquivo: 4.10.2005 : Cotas para afrodescendentes nas empresas e corporações
->Arquivo: 14.7.2005 : Reparações aos descendentes daqueles que sofreram com a escravatura, sequestro e trabalhos forçados
->Arquivo: 7.5.2005 : Afrodescendentes argentinos, los primeros desaparecidos
-> Coletando : Livraria Cultura: Livro - Uma história não contada. Negro, racismo e branqueamento em São Paulo.
-> Coletando : Mercado Livre : Busca : Racionais MCs, Hip Hop e Afro

Re: Chutando o pau da barraca

Ataque à Mural Patrocinado pela "Prefeitura do Cinza" 2/5

Thread sobre dialetos, inclusão social e educação na lista Comunidade Revolução no Yahoo Groups. Publicado originalmente no wiki Tabadotupi.tk

Re: Chutando o pau da barraca...

21.10.2002 - Falai' apelidada, revolucionarios,
minanessa escreveu:
Todos os dias me sinto humilhada perante de tantas palavras ofensivas que sou obrigada a ouvir de certa forma, me sinto um coco de cachorro quando riem de meu português analfabeto, porque de certa forma sou uma analfabeta....
Humilhacao mas nem, e' o maior veneno! Se pam tem q ter e' orgulho do dialeto, do estilo de vida, da cultura, do proceder e de quem representa a periferia e nao abaixa a cabeca q e' daquele jeito.

Bacana tenta a sorte e na direta tenta ha' 500 anos exterminar os pretos e os indios mas ta' ligado q ate' agora feriram mas nao conseguiram.
Parece que os únicos empregos que sobram para pessoas de baixa renda e sem uma boa qualificação profissional é os empregos mais submissos a elite, os empregos que nos deixam mais abaixo, não querendo dizer que doméstica não é um emprego digno, mesmo pq minha mãe, já foi e tenho orgulho de dizer, mas sei como que é a humilhação...
Se pam emprego com carteira assinada em industria e' embacado e com a correria da robotizacao e concorrencia com paises como a china uscambau a chance e' cada vez menor.
Mas liga nois, tem uma pa' de neguinho se virando de forma autonoma e independente: perueiro, dogueiro, motoboy, quituteira, lavadeira, cabelereira, camelo, costureira, pipoqueiro, encanador, eletricista, artesanato, diarista, dj, grafiteiro, pa' e tal... mano pago maior pau, pra mim e' tudo uma geracao de empreendedores e autonomos q fazem a correria do dia a dia mas nao aparecem no noticiario de economia uscambau.

Empregado domestico ta valendo se tiver na lei, tipo salario minimo, descanso semanal remunerado, horas extras, ferias, decimoterceiro, inss, uscambau... se for no esquema de exploracao (dormir no emprego, sem limite de horas, etc.) tem mais e' q enquadrar o patrao pq ai' ficou pequeno!
Tudo isso pq não temos oportunidades e nossos pais infelizmente também não tiveram, eles ( ELITE) nos olham como se fossemos uma privada...
Vai vendo, se a periferia e o povo do gueto tiver orgulho e nao abaixar a cabeca, bacana nao pode ficar olhando assim nao. Eu mesmo nao tenho preconceito com gente rica, to ligado q quase todos sao desonestos (roubam ate umas horas na empresa e no governo, sonegam impostos, dao calote em empregados e fornecedores, uscambau) e preconceituosos (nao conversam com gente diferente e tem inveja dos q sao mais ricos q eles).

Os lugares q os caras vivem , tipo aqueles condominios fechados, tb sao cheio de historinhas de crimes, drogas, brigas de vizinhos, traicao e prostituicao, mesmo assim na minha ideia eu dou uma chance primeiro, to ligado q se pam tem um ou outro q se salva no meio disso ai' :-D

A revolucao nao sera' televisionada!

\|/
Tupi


-> Arquivo: 20.7.2011 : Re: A web é vermelha?
-> Arquivo: 13.7.2011 : Free agents, era Cadastro de CVs
-> Coletando : Mercado Livre : Busca : Indígena, Hip Hop e Smartphone

20.7.11

Letras de grafite e pixação pro Orkut

Falaí manos, quem tá na nóia de sair rabiscando o perfil dos amigos e deixar aquele scrap escrito com letra de graffiti ou pixação no Orkut a ferramenta online do artista grafiteiro profissional MindGem do CustomGraffiti.net está embutida no aplicativo OpenSocial The Graffiti Creator, vai vendo a tela de instalação:



O sistema indica 136 usuários e o uso por semana de 38 usuários em média, parece que tá só no sapatinho, sem muita gente escrevendo e deixando recado, mais na exclusividade. Ligeiro caí pra dentro e fiz um teste rabiscando na ferramenta que gera e colore as letras online, a partir de vários comandos de troca de fonte, formato, cor, sombra, brilho superior, brilho inferior, uscambau.



A ferramenta não tem recurso pra publicar o resultado imediatamente no scrap ou depoimento, tem que baixar ou fazer captura da tela, mas o artista MindGem teve o dom de disponibilizar 10 tipos de letras e alfabetos diferentes, são as fontes de graffiti e pixo batizadas de Chrome5, MindGem, Potent, JediMind, Bubbles, Old School, Flava, Throwup, Wavy e Total Graffiti. Fora do Orkut, a mesma fita funciona como gerador online de letras de grafite no site TheGraffitiCreator.net , onde dá pra escrever a palavra e imprimir, se pá. Tem ainda o site CustomGraffiti.net onde grafiteiro oferece os serviços sob encomenda, pra desenhar em graffiti o nome, nome da amiga, filho, namorada, marido ou logotipo, cobrando 10 dolares por cada letra.

Sentiu firmeza?


Updates
5/3/2012: Seu nome com letras de graffiti e pixação no Facebook
19/10/2011: GraffitiFonts.net - Tipos de letra de grafite grátis ou em CD
9/8/2011: Graffiti 3D de verdade com objetos reciclados
27/7/2011: Documentários de pixação em DVD e no cinema de museu de arte

-> Arquivo: 14.7.2011 : Racionais MC's e Mano Brown (fake) no Twitter -> Arquivo: 13.7.2011 : Tsss Livro A Grande Arte da Pixação em São Paulo pra download grátis > Arquivo: 17.8.2006 : Handselecta, tipos de letras com grafite e pixação
-> Arquivo: 2.6.2006 : Livro "A grande arte da pixação em São Paulo" na Folha de SP
-> Arquivo: 17.4.2006 : Crochê, tricô, fuxico, mobs e arte da rua
-> Arquivo: 28.2.2006 : Arranjo produtivo do grafite e pichação no jornal Estadão
-> Arquivo: 4.8.2005 : Arranjo produtivo do Graffiti
-> Coletando : Amazon : Livro - Graffiti Brasil
-> Coletando : Livraria Cultura: Livros Graffiti Brasil e TTSSS, A grande arte da pichação em São Paulo
-> Coletando : Mercado Livre : Pintura, Orkut, Spray, Grafite, Desenho em vetor

Re: A web é vermelha?

Cher Guevara by NiceBastard
Cher Guevara, a photo by NiceBastard on Flickr.

Thread sobre comunismo e internet na lista por email Radinho, originalmente publicado no wiki Tabadotupi.tk:

06.05.2002 - Falai' radinhos,

Rene propôs:

Deu no Bluebus: Em entrevista de Sorrell a Veja, Sorrell comenta, perguntado, sobre o crescente poder do consumidor. Observa - "Desde que a Internet surgiu, a forma de tratar o consumidor mudou. A Web dá as pessoas informaçao gratuita como elas nunca tiveram, aumenta o poder de interpretaçao. Digo que a Web é a coisa mais socialista, comunista e anarquista que ja foi criada porque dá a informaçao de graça. Desperta o senso critico. Quanto maior o senso critico, maior a exigência do consumidor (.....)".

Eu acho que isso merece um debate radio-ativo. o que vcs acham a respeito?

eu comeco: eu jamais associaria a internet a comunismo ou socialismo. ambos sistemas se concentraram na questao da propriedade, e deixaram de lado a questao do poder, da obediencia, da ordem, da lei. se a internet tem algum parentesco politico eh com a anarquia, e com alguns sabores especificos de anarquia. digo isso porque eh a primeira vez que temos, de fato, uma quebra na estrutura de poder, na nocao de verdade, de nacao, de tudo. e ao inves de isso gerar caos, o que gera eh seres humanos com maior dignidade, auto-estima e... poder.


To ligado q e' embacado aquelas ditaduras do comunismo real q milidias deixou muito neguinho no veneno, guardados do outro lado da muralha tendo q pedir licenca ate' pro boi...
Mas se pam o q esses bacanas da banca do stalin fizeram foi e' passar um pano no comunismo original q karl marx versou.

Vai vendo: pra mim o comunismo teorico tem umas paradas q valem a correria tb na economia de rede, web, uscambau.

1 - Tipo aquela ideia de q o q diferenciam os modelos economicos sao a propriedade dos meios de producao. No capitalismo os meios de producao nao pertencem a quem trabalha. Pra neguinho q nao e' burgues (dono dos meios) so' resta e' vender sua forca de trabalho (alienacao). Mano, na economia de rede ou de informacao os meios de producao voltam pra mao da peaozada, tipo e' so' baixar o crack do photoshop ou colar no sourceforge... um-dois tem uma pa' de aliados partindo pra dentro uploadando conteudo, logomarcas do pinguim, webservices, so' malote mil graus! Antes da web a parada era cruel, miliano, pra' fazer um blog ou gravar uma musica, bacana tinha q ter uma fabrica do tamanho da abril na marginal ou da chantecler na avenida do estado :-D

2 - "Proletarios de todo mundo, uni-vos!", a classe operaria e' internacional, vai vendo, o tiozinho ja se ligava q os explorados tinham q ser tao globalizados qto os capitalistas, e agora com a web dominando as fronteiras e estados nacionais ja' eram, caixao!

3 - Acho q o tiozinho tb previu q a mecanizacao iria substituir grande parte do trampo cabuloso, a correria agora era garantir menos horas de trabalho pq grande parte do trampo q proletario puxava era so' pra lucro do burgues (teoria da mais valia). Peaozada vive pagando uma de otario sustentando os proprietarios, se pam o sistema funcionava com um minimo de horas de trampo pra satisfazer toda a humanidade. O resto do tempo galera tinha mais e' q se jogar no lazer e na cultura (superestrutura). Se pam o showbiz, o turismo e o entretenimento como receita nasceu dessa ideia ai' :-D

4 - Se liga na rima do marx: "De cada um segundo sua possibilidade, a cada um segundo sua necessidade." Mano, pago um pau de q se a economia de rede funcionar na plena capacidade, com a informacao dando lugar ao desperdicio do capitalismo, tipo circular a informacao e nao as pessoas e mercadorias, ai' nao tem tempo ruim. Cabelo avoa!

Nao sei se nos versos do ve'inho tb previa q numa sociedade comunista perfeita o estado seria desnecessario, tipo o anarquismo seria o ultimo estagio do comunismo... tem o dom?

A revolucao nao sera' televisionada!
Ai' ficou pequeno!

\//
Tupi


Re: Re: A web é vermelha?

07.05.2002 - Msg de Gustavo

Tupi discursou: 1...

A Web apenas acelera o processo produtivo e o acesso aos consumidores; os meios de produção continuam na mão dos mesmos, a Web não é economia comparável a todos os outros setores de produção, a Web é subordinada a todos os outros meios de produção.

Tupi discursou: 2...

e então, vão se unir para fazer o que? revolução?

Tupi discursou: 3...

com certeza eu acho que previu uma forma de aumento do poder do proletariado a partir do aumento da produção ( mecanização ou outra tecnologia) sobrando mais tempo livre para a vida de fato - o que vem ocorrendo bem devagar, na minha opinião.

Tupi discursou: 4...

acho que não rola nada sem a circulação de mercadorias- a circulação de informações é a burocracia- gerada pelo estado, principalmente. pouca burocracia <=> poucas informções

Tupi discursou: Nao sei se nos versos do ve'inho tb previa q numa sociedade comunista perfeita o estado seria desnecessario, tipo o anarquismo seria o ultimo estagio do comunismo... tem o dom?

não sei

Gustavo


Re: Re: Re: A web é vermelha?

Msg não enviada - Falai' Gustavo,
Gustavo comentou:
A Web apenas acelera o processo produtivo e o acesso aos consumidores; os meios de produção continuam na mão dos mesmos, a Web não é economia comparável a todos os outros setores de produção, a Web é subordinada a todos os outros meios de produção
Mano decifrar essa historinha e' embacado. Os bacanas batem nessa tecla e acham q neguinho empolgado com a economia de rede e' tudo noiado. Tipo esse lance de q a web nao e' um sitema a parte mas sim depende da economia industrial de massa, se pam neguinho da fea usp nao deixa defender tese sobre cybereconomia pq se for nessa levada, esse papo de e-qq coisa nem existe. Nessa levada as mudancas da economia de rede sao apenas superficiais, o proceder continua sendo de quem sempre mandou na economia de massa... ai' ficou pequeno.

Vai vendo:

A - Tipo o build-to-order q a dell partiu pra dentro, com a web essa correria chega trincando, se pam toda a reformulacao da industria automobilistica uscambau com aquele esquema das fabricas consorciadas comecou ali. Nessa ideia customizacao, personalizacao vao ser possiveis, um-dois producao massificada nao tem mais nada a ver com o q a gente ve hoje.

B - Tipo o sucesso do esquema do ebay, sem web mas nem desse modelo de preco variavel e transacao pulverizadas. A modinha ta espalhando pra transacao na contratacao de servicos (elance), moedas online (paypal) por ai' afora. Se pam o esquema q esta' sendo aplicado por dentro do sistema industrial de massa, tipo nos sites eprocurement e b2b, comecou ali. Nessa ideia de marketplace c2c (ebay) transacao, preco e manufatura pulverizada vao ser possiveis, dois palitos e nao tem mais nada a ver com o q a gente ve hoje.

C - Tipo as marcas Netscape, Yahoo, Napster, Linux. Ta' ligado q se medir qto tempo e dinheiro precisou pra cocacola virar marca mundial e comparar com bruxa de blair ou essas marcas q usam ou nascem na web o negocio e' cruel.
Tipo se comparar com a historinha da nike como modelo de empreendimento, empresa q nao tem fabrica e ganha so' em cima do marketing da marca e intermediando informacao e terceirizando o resto, mesmo pesquisa e desenho de produto, manufatura, distribuicao, uscambau. Nessa ideia de marcas globais instantaneas como empresas de informacao e nao de ativos fisicos, se for daquele jeito e dominarem a parada como a nike dominou entao nao tem mais nada a ver com o q a gente ve hoje.

A revolucao nao sera' televisionada!

\//
Tupi


-> Arquivo: 20.7.2011 : História do Tupi da Taba Parte 1 (1995 a 2000)
-> Arquivo: 15.7.2011 : Recicle 1 Político
-> Arquivo: 13.7.2011 : Free agents, era Cadastro de CVs
-> Arquivo: 28.9.2006 : Recicle1Político 3.0, nós vencemos!
-> Arquivo: 19.8.2005 : Etsy.com - Pelo fim da produção industrial em massa!
-> Compartilhando Banners : Livro - The Cathedral and the Bazaar
-> Coletando : Amazon : Livro - The future of money. Creating new wealth, work and wiser world.
-> Coletando : Livraria Cultura: Livros Cooperativa, a empresa do século XXI e The fortune at the bottom of the pyramid
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História do Tupi da Taba - Parte 1 (1995 a 2000)

Índios Tupinambás...***...Indians Tupinamba

História do avatar personagem Tupi da Taba publicado originalmente no wiki Tabadotupi.tk

1995 - 1996 A era dos avatares
Pioneiro pra mim é aquele cadáver estendido no chão, com o peito atravessado de flechas, q a gente cruza pelo caminho.
Neil Ferreira
Antes da internet comercial, haviam as conexões por BBSs (Bulletin Boards Systems) onde usuários quase todos com fama de nerds se logavam com seus apelidos estranhos. Algumas BBSs de mac, entre elas a Mac BBS, Super BBS, Capslink, já funcionavam em interface gráfica com o software First Class. Entre seus membros habitavam alguns apelidos (tb chamados avatares) com nomes inspirados na mitologia e folclore brasileiros. Citando os mais famosos conviviam Exu Tranca Rede, Ogum, Lucifer, Xangô, etc. Além disso, em outras BBSs, apelidos mais eruditos como Her Doctor Mabuse e Nemo Nox tb iriam iniciar sua presença.

Em meados de 1995 surgiu nesse ecosistema digital um usuário denominado Tupi, cujas mensagens na Super BBS eram carregadas de um estilo quase jurídico de escrever, muitos interlocutores o julgaram como um velho advogado ou mesmo assessor de deputado. Apesar do costume de usar de apelidos, vários usuários não eram atraídos por este estilo e adotavam seus nomes verdadeiros. Desta forma Tupi conviveu nestas BBSs e travou seus primeiros contatos com pioneiros como Caio Barra Costa, Dimitre Lee, Andre Fischer, Tony de Marco, Paula Rizzo, Heinar Maracy, Pedro Doria (Art BBS do RJ), etc.

Geralmente econômico nas mensagens sobre amenidades e comportamento, na Super BBS Tupi tentou implantar uma pasta onde se discutiam os eventos e empreendimentos discutidos na comunidade online. O fato mais concreto foi uma campanha para evitar q os pais de uma usuária adolescente proibissem o acesso a BBS por considerar nocivo, viciante e coisa de maluco o hábito de trocar informações pelo computador. A campanha arregimentou argumentos a favor das vantagens da convivência remota e formou um grupo de membros repeitáveis para uma visita aos pais e mostrar q os membros da BBSs tb eram pessoas "normais".

Nos EUA, depois da fase de grandes BBSs de sucesso como AOL e Compuserve, o crescimento e popularização da internet já começava a acontecer, e com a rapidez com q empresas e usuários chegavam a web muitos intelectuais e jornalistas usavam a analogia com a "corrida do ouro" e a "conquista do oeste". Nessa linha tinha sido fundada a EFF (Eletronic Frontier Fundation) refletindo q os usuários antigos do ciberespaço, geralmente pessoas do meio acadêmico e pesquisadores para os quais a web tinha sido originalmente criada, sentiam q suas tribos estavam sendo invadidas. Assim Tupi, além do apelido indígena, adotou o lema - "Se o ciberespaço é a última fronteira da humanidade, quem vai fazer o papel dos índios?" - q estampava a pg pessoal de Claudio Santos Pinhanez, um dos raros pesquisadores brasileiros do MIT (Massachusets Institute of Technology, laboratório de vanguarda em narrativas multimídias na época).

Naquele tempo, acessar internet e ambientes virtuais causavam extrema estranheza por um lado mas tb extrema excitação e fascinação por outro. Teorias sobre comportamento e psicologia do espaço virtual defendiam os avatares como libertadores da personalidade e tb alertavam para casos de esquizofrênia e outros distúrbios de personalidade q já aconteciam por exemplo entre adeptos dos games online tipo RPG modo texto q existiam (MUDs Multi User Dungeons, etc). Esse tipo de visão do ciberespaço e da diferenciação mundo real versus mundo virtual explica o fato do Tupi nunca ter se materializado em reuniões presenciais ou eventos fora do mundo digital.

Como os usuários de Mac eram predominantemente da área das comunicações e multimídia, consequentemente os usuários das BBSs da plataforma abrangiam vários designers, publicitários, videomakers, animadores, músicos, etc. O q tb dá uma pista do ambiente em q foi engedrado o avatar Tupi, q em raras mensagens deixou claro sua ligação com uma vida profissional ou corporativa.

Outros fatos desta época q aparentemente influenciariam as idéia do Tupi tem relação com a defesa do teletrabalho e da digitalização radical.

Um deles foi a iniciativa em 1994, mais marketeira do q estrutural, da agência de publicidade americana Chiat and Day divulgar seu projeto ambicioso de adoção do trabalho remoto, abolindo espaços e escritórios pessoais e horários fixos de expediente. Outro fato foi o raciocínio usado pelas empresas de automação e editoras de multimídia em CD-Rom de se venderem como substitutos do excesso de uso de papel e atitude ecologicamente correta e economicamente imbatível. Hoje em dia esses assuntos não exaltam sequer discussões ruidosas e reações bombásticas como acontecia na época.

Com a chegada da internet comercial no final de 1995, a partir daí gradativamente as mensagens e atuação do Tupi acompanhou a migração das BBSs para a world wide web.


1996 - 1997 A era dos nerds
Escolha fazer o q gosta e nunca precisará trabalhar.
Ditado empreendedor
A princípio como assinante do provedor da Phillips brasileira, o Originet.com.br, Tupi aparecia pela incipiente e rarefeita web em português, cujo cunho comercial começou pra valer no ano de 1996, depois de uma fase de testes em q a Embratel avaliou a aceitação do serviço.

Assinante da lista WD Design, organizada por Michel Lentz Schwartzman, q nesta época havia recentemente chegado dos EUA d onde presenciou o início do crescimento acelerado da internet comercial. A lista q Michel fundou acabou reunindo os profissionais da área de design e comunicação q então começavam a experimentar o novo meio. De certa forma esse ambiente não era o predominante já q então a internet era vista como alçada dos departamentos de informática e tecnologia das empresas. Para se ter uma idéia, no início do UOL a welcome page tinha banners do Bradesco com martelinhos em gif animado anunciando leilão de imóveis, típico de um planejamento de mídia e criação sendo feita por profissionais de informática do banco.

No começo, na lista WD Tupi começou a mudar o estilo em q escrevia as mensagens, misturando gírias da periferia paulistana, jargões de tecnologia e referências ao folclore indígena e a visão romântica de uma cultura nativa idealizada. Geralmente defendia um modelo autóctone de produção desprendido das rotinas e práticas das empresas de design até então. Participou ativamente incentivando a produção coletiva do webzine Porta200, feito de forma remota por alguns integrantes da lista. Qdo a lista iniciou a formação da Promit (Associação dos Profissionais de Mídia Interativa) defendeu um modelo totalmente virtual e automatizado de atuação, no qual foi derrotado e a associação nasceu com inúmeras reuniões, comites e representações regionais pelo Brasil.

Logo a defesa da desterritorialização, do potencial do trabalho remoto e assíncrono, dos agentes independentes e da remuneração por resultado começava a se tornar foco central nas msgs do Tupi. Aliado aos mantras da indústria de informática, como "mais rápido, melhor, mais barato" e "circule a informação, não as pessoas", frases repetidas a exaustão pelo marketing de TI para firmar poder diante de outros mercados. Outros conceitos vinham acompanhados de exemplos badalados dos sucessos corporativos como a Dell, com o "build-to-order", ou só fabrique depois da encomenda, e conceitos como "mass customization" (produção em massa de produtos sob medida), marketing de rede (programa de afiliados) e personalização.

Na lista WD além do seu fundador Michel, naquela época participavam tb Alex Anunciato, Rubens "Binho" Miranda Jr, Hélio Sassen Paz, Andreia "Dedéia" Évora Cals, Zé Fernando "Rorschach", Hiro Kozaka, Daniel Rothier, Rene de Paula Jr, Irapuan Martinez, Rafa Spoladore, Lu Terceiro, Jampa, Flavia Durante, Stimpy, etc. Muitos deles participantes dos projetos coletivos espontâneos surgidos na lista e iriam protagonizar o movimento blog anos depois.

Nesta época a revista Wired, encontrada em bancas nas capitais brasileiras, era a bíblia da vanguarda do pensamento digital, cujas matérias, estética e entrevistas repercutiam muitas das idéias descritas acima e eram obrigatoriamente citadas pelos fascinados por um futuro com tecnologia e abundância. Na capa da revista havia um espaço para slogans triunfalistas em clima de "revolução digital", um desses slogans foi o lema da luta pelos direitos civis e ação afirmativa afro-americana: "a revolução não será televisionada." Cuja adaptação para o momento da euforia com a internet era perfeitamente adequada. Tupi imediatemente adotou o lema pois casava com as idéias e o estilo de linguagem, afinal, como nos EUA, a militância adotava as mesmas palavras de ordem nos raps e discursos pela periferia. Voltando a revista Wired, por ironia a última dessas frases de efeito impressas nas capas foi: "a revolução acabou, nós vencemos." Isso foi logo antes da publicação, iniciada por pequenos empreendedores visonários ter sido vendida para uma grande editora monopolista, a Conde Nast.

Ao mesmo tempo q participava da lista WD, Tupi foi convidado a escrever para o webzine Hiperatividade, organizado por Fernand Alphen, então colunista de mídia interativa da revista About, especializada no mercado de comunicação e publicidade. Neste webzine ele escreveu textos defendendo posições polêmicas e alertava ao público, publicitários e profissionais de mkt, do tipo de insanidades a idéia de uma mídia interativa, q dava voz aos espectadores, além do mais pulverizada e inédita, poderia causar. Um das afrontas comuns aos textos do Tupi naquela época era defender uma sociedade sem papéis, isso em um site patrocinado por uma revista :-)


1998 - 2000 A era dos pontocoms
Em tempo de redemoinho, até peru avoa.
Ditado americano.
Com a febre das pontocoms, empresas, banqueiros e profissionais construindo sites e empreendimentos online ambiciosos e megalômanos, o discurso do Tupi acabou ficando exótico, deslocado e até mesmo tímido. Rios de dinheiro e investimento chegavam ao ciberespaço e avatares, discursos de fronteira ficaram totalmente fora de moda diante do futuro brilhante e próspero d q a web estava predestinada a dominar todo o resto da economia.

Neste período as mensagens do Tupi desapareçam das listas que frequentava, assim como de vários outros chamados dinossauros da internet, que talvez se assustaram diante da avalanche de novos aventureiros e curiosos que chegavam as centenas querendo participar da alegada fartura e histórias de milionários instantâneos q a mídia de massa divulgava ser o mundo digital.

Ao mesmo tempo q sumia das listas, em contraste com a ausência nas listas e comunidades virtuais de então,Tupi fundou uma comunidade própria no Yahoo Groups chamada 3C - Companhia de Colonização do Ciberespaço, um embrião das idéias do clube de investimento e Coletando no wiki da Taba, q fracassou em atrair integrantes. Logo em seguida, em novembro de 2000, inaugurou uma pg no Geocities, incorporada pelo Yahoo q lançava ferramentas de edição wysiwyg, q poderia ser considerada um precursor tosco do wiki e do blog além de já trazer a estrutura de arquitetura de informação que existiu no wiki da Taba. A comunidade 3C mudaria o nome para Taba do Thupyi - ID no Yahoo cuja grafia já demostrava a falta de velocidade em registrar a alcunha Tupi antes de outros usuários. A mudança não surtiu efeito atrativo nenhum e o grupo aparentemente foi apagado do servidor.

Paradoxalmente Tupi criou, registrou e manteve o domínio Tabadotupi.net de 2000 até 2002. Período de grande inatividade e q hospedou pgs quase nunca atualizadas e arquivos q apenas serviram para ser exibidos ou linkados em outros sites e comunidades virtuais.

Outro fator curioso foi q a bolha pontocom e o frenesi da mídia de massa sobre o assunto tb incentivou a chegada do movimento hip hop na internet, imediatamente ao surgimento do site Bocada Forte, Tupi chegou a desfilar com o webmail grátis cybermanos.com.br fornecido por este site pioneiro.

Somente qdo o fim da bolha se tornou evidente as mensagens do Tupi começaram a retornar lentamente sua frequencia, desta vez alem da lista WD Design, nas listas Palindromo e Radinho, fundadas por profissionais de internet, arte e comunicação. Enquanto as demissões em massa e falências dos empreendimentos pontocom financiados por capital especulativo se espalhava rápida e ferozmente, a terra arrasada do cyberespaço daria lugar aos remanescentes teimosos e virava terreno fértil para novas experiências como o software livre, blogs, wikis e mercados c2c.

Continua: 2001 - 2004 A era do Linux, Projeto Metafora, Midia Tática (tática x estratégia), Recicle 1 politico, etc., 2005 - 2006 A era do wiki (Tabadotupi.tk), 2007 - 2010 A era do gelo, 2011 - ...

-> Arquivo: 15.7.2011 : Recicle 1 Político
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