6.2.07

Grafiteiros, Pixadores e Marchands no Estadão


rui amaral - Grafiteria
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Liga nois, milianos saiu essas matérias no jornal O Estado de São Paulo, Suplemento Regional Oeste, ZO, pá e tal. Trocando idéia com o mano Rui Amaral, a banca das correrias das galerias de arte da rua, uscambau. Olha a conversa:

Grafiteiros e pichadores criam um ateliê de rua na Guaicurus
5/8/2005 - Ardilhes Moreira

ONG quer montar obras de arte em paredes e conta com o apoio da Prefeitura e de empresários locais.

A Rua Guaicurus, na Lapa, é o mais novo ateliê de um grupo de grafiteiros e pichadores coordenados pelo artista plástico Rui Amaral, de 44 anos. Eles pretendem transformar muros e paredes em telas para obras de arte, criadas com o apoio de empresários e administração pública. O projeto de revitalização desse trecho do bairro constitui apenas um dos sonhos do grupo, que planeja a fundação de uma ONG dedicada à arte urbana.

Rui Amaral pensa o futuro com a autoridade de quem é um dos pioneiros do grafite em São Paulo. Nos anos 80, época em que se tratava essa modalidade artística como caso de polícia, chegou a ser preso por suas pinturas. "Começamos a pegar espaços deteriorados para revitalizar", comenta o artista, que na época morava na Vila Madalena.

A insistência deu certo e o reconhecimento chegou com a participação em uma exposição coletiva na Pinacoteca do Estado, em meados nos anos 80. "Você é considerado no meio quando cria espaços e coloca novas idéias. Fizemos uma mostra muito bacana." A intimidade com as artes visuais o levou a assumir a assumir a programação visual, a cenografia e a internet como campos profissionais.

Atualmente o artista mantém uma produtora (www.artbr.com.br) e dá cursos livres de arte urbana no Senac Lapa. Com as duas primeiras turmas, desenvolveu trabalhos de revitalização de uma favela no Jaguaré e da Biblioteca Clarice Lispector. A transformação de alguns endereços da Rua Guaicurus também nasceu como parte das aulas ministradas no Senac. A primeira etapa foi dar nova fachada para um imóvel que vai ser transformado em estacionamento. O trabalho servirá de vitrine para as reuniões com outros empresários interessados na revitalização. "Estamos em um momento de reuniões e de sensibilizar os empresários", comenta Amaral.

Educação

Além de ser uma aposta na requalificação urbana da Lapa, um bairro que sofre uma mudança de perfil com a valorização imobiliária, o trabalho também investe em arte-educação. Gangues de pichadores participam das atividades.

O líder de uma das maiores grupos de pichadores de São Paulo tem colaborado com os projetos de Amaral e mantém planos próprios onde mora, no Capão Redondo, zona sul de São Paulo. O jovem Wag... Pigmeus, de 30 anos, lidera um grupo que existe há 16 anos e deve reunir cerca de 500 pessoas.

No projeto desenvolvido com Amaral, tem ajudado na construção de novos formatos de letras, que serão usados na fachada do estacionamento da Guaicurus. "Todo cara que faz picho sabe fazer arte", comenta o líder do grupo.

Amaral, por sua vez, aposta na aproximação como uma alternativa à repressão. Ele acredita que a troca de experiências entre artistas, administração pública e empresários pode contribuir para que pichadores possam encontrar novas formas de manifestação. Na zona sul, a gangue Pigmeus já desenvolve projetos que usam o grafite como forma de expressão artística em becos e vielas, com o apoio da comunidade. "Vai rolar uma interação. Há vários projetos em andamento hoje que colocam grafiteiros e pichadores juntos", lembra.

Sentiu firmeza? Grafitagem e pixação lado a lado, tá valendo. Segue a rima, no mesmo Suplemento do Jornal:
Galerias acolhem obras de novos artistas urbanos
5/8/2005 - Lígia Nogueira

A street art, que surgiu como protesto contra a ditadura militar, transformou-se em marca contemporânea.

Os grafiteiros de ontem são os artistas urbanos de hoje. Basta dar uma voltinha pelas galerias de street art para entender o conceito. "O grafite chegou ao Brasil na época da ditadura, com as marcas de protesto nos muros", diz Mariana Martins, proprietária da Choque Cultural. "Hoje, a maioria dos artistas não tem mais ligação com o hip hop. Nomes como Os Gêmeos, Nina e Herbert começaram trabalhando em grupo e depois seguiram o caminho das artes plásticas. Eles acabaram transcendendo o movimento."

Atualmente, o subsolo da galeria abriga as obras de Zezão, que há cinco anos desbrava os esgotos e galerias subterrâneas à procura da parede perfeita. "É que me chama à atenção essa beleza feia", diz o artista, ex-motoboy. "Gosto de muros sujos, fábricas abandonadas, paredes de barracos. É uma forma de levar afeto a espaços públicos tão carentes." Em suas empreitadas, Zezão recolhe peças do lixo. Nas mãos dele, portas de armários, pedaços de madeira e até a cabeceira de uma cama se transformam em obras de arte - que ultrapassam o valor de R$ 200,00.

Na falta de lugares para reunir as obras de artistas urbanos, outra galeria - a Grafiteria - abriu suas portas há algumas semanas, com a exposição '100 latas'. "Toda arte que vem da rua sofre um certo preconceito", diz Boleta, um dos sócios do espaço. Mas o negócio vai bem. A turma virou referência na arte dos lambe-lambes e até foi convidada para expor no metrô Vila Madalena. "Vem muito universitário procurar informação", diz Jey, também sócio. "Como não existe faculdade disso, somos os formadores de opinião."

Choque Cultural - Rua João Moura, 997, tel. 3061-4051.
Grafiteria - Rua Simão Álvares, 601, tel 3812-4789

Bem louco, chegou chegando. Sem miséria. Tem até tiozinho no esquema da arte educação, ação direta, intervenção urbana, daquele jeito. Vei vendo:
O beco que inspira e dá cor à cidade
Aprendiz recuperou espaço que só era utilizado por traficantes e sem-teto

O abandono e a sujeira foram substituídos por uma profusão de cores e mensagens variadas. Na Vila Madalena, um beco é exemplo de espaço público que foi transformado com a ajuda dos grafiteiros e até mesmo de pichadores. O trabalho teve início em 1999 e hoje já espalhou frutos pela cidade. Um dos pontos da região que agora pode ganhar novos ares com a parceria entre uma organização não-governamental (ONG) e pichadores são os muros do Cemitério São Paulo.

O trabalho na Vila Madalena foi coordenado pela Cidade Escola Aprendiz. Segundo Eymard Ribeiro, de 37 anos, o Aprendiz já mantinha em escola projetos de revitalização de fachadas com mosaicos de azulejos. Como o bairro sempre teve a presença de grafites, a aproximação foi quase que meramente uma conseqüência. "Identificamos um espaço que não tinha nenhuma intervenção e era um lugar de tráfico e de freqüência de moradores de rua", afirma.

O grupo aproveitou uma ação da Prefeitura que retirou os sem-teto do local e ocupou o beco com latas de spray e muitas idéias. No primeiro fim de semana, eram quatro grafiteiros. Rapidamente, porém, o grupo alcançou cerca de 15 e passou a solicitar à Prefeitura permissão para revitalizar outros espaços. "Em 2003, pintamos 51 murais e envolvemos 600 pessoas."

O primeiro espaço grafitado se transformou em uma espécie de galeria a céu aberto, que é duas vezes por ano repintado. Em uma dessas experiências, o grupo de pichadores Pigmeus desenhou em um trecho do beco uma agenda com letras típicas das pichações.

Ribeiro lembra que as experiência positivas motivaram a participação da ONG nas discussões a respeito de outro espaço degradado na região. Com o apoio da Prefeitura e da Associação Comercial, os muros do Cemitério São Paulo, na Rua Cardeal Arcoverde, são tela para um projeto piloto que envolve os pichadores e pesquisadores de arte urbana.

Repressão

Os pichadores estão decorando azulejos, que são produzidos na ONG, e depois vão para as esquinas dos muros. "Queremos colocar a pichação com outras letras, ouvir estas pessoas", ressalta Ribeiro. Ele lembra que no princípio do ano a Prefeitura anunciou a repressão aos pichadores, mas, depois de críticas de educadores, a Coordenadoria da Juventude e a própria Secretaria das Subprefeituras têm buscado alternativas. "Anteriormente, tudo era contra os pichadores; agora é com os pichadores. Isso acaba virando história."

Tá valendo! Demorou.

O bagulho é doido!

Updates
9/8/2011: Graffiti 3D de verdade com objetos reciclados
27/7/2011: Documentários de pixação em DVD e no cinema de museu de arte
20.7.2011 : Letras de grafite e pixação pro Orkut

-> Arquivo: 13.9.2006 : Exposição de shapes grafitados - Arte skate na Galeria Central
-> Arquivo: 17.8.2006 : Handselecta - Tipos de letra com alfabetos de grafite e pixaçao
-> Arquivo: 2.6.2006 : Livro "A grande arte da pixação em São Paulo" na Folha de SP
-> Arquivo: 17.4.2006 : Crochê, tricô, fuxico, mobs e arte da rua
-> Arquivo: 28.2.2006 : Arranjo produtivo do grafite e pichação no jornal Estadão
-> Arquivo: 4.8.2005 : Arranjo produtivo do Graffiti
-> Camiset.andh.us : Temas : Arte da Rua
-> Coletando : Amazon Store da Taba : Livro - Graffiti Brasil
-> Coletando : Livraria Cultura: Livros Graffiti Brasil e TTSSS, A grande arte da pichação em São Paulo
-> Coletando : Mercado Livre : Busca : Quadro, Graffiti, Poster, Spray, e Gravuras
-> Compartilhando Banners : Canetas para Tecidos no Buscapé

Balanço do trimestre na Tabadotupi - outubro a dezembro de 2006

Liga nois demorou mas tá lá o salve milidias na Tabadotupi, com o relatório do último trimestre, assinado pelo editor da Taba. Vai vendo:
- Balanço do Trimestre outubro a dezembro de 2006
- Extrato do trimestre da Taba do Tupi, ano 4, outubro a dezembro de 2006.

É nóis, só no sapatinho!

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