30.4.06

Estrangeiros com cidadania italiana votam e se elegem pela 1a vez no parlamento da Itália.

Festa da Acheropita

Liga q milidias nessa última eleição da Itália, pela primeira vez os estrangeiros com cidadania italiana puderam votar ser eleitos para deputado e senador da Itália. Bem louco, se pam é o começo da primeira nação sem fronteiras. Milianos a Itália tem esquema de distribuir cidadania e passaporte sem embaço. Tá valendo ser neto e bisneto de Italiano q pode ficar na fila, tá ligado q já tem uma pá de brasileiro com cidadania italiana.

Bacana caiu a ficha q o maior patrimônio de uma nação é gente, povo, e os peninsulares espalharam imigrantes, cultura e culinária pra todo lugar do mundo. Aqui mesmo em pindorama, mais ainda em São Paulo, vixi, macarronada de domingo, pizza, rimar gesticulando, molho de tomate, zuar com a mulherada q passa na rua, famiglia, greve geral, copo de vinho, uscambau, vc tromba com isso toda mão.
Desde milianos, tipo como a versão Juó Bananére q o mano Bicarato teve o dom de relembrar no Alfarrábio, vai vendo:
Divina Insgugliambaçó
(...) Migna terra tê parmeras,
Che ganta inzima o sabiá,
As aves che stó aqui,
Tambê tuttos sabi gorgeá.
(...)

Então, fita parecida nos EUA (Frank Sinatra, Coppola, etc.), Inglaterra, Argentina, Venezuela, vixi, tem chão. Governo da Itália já se jogou, os cidadãos no exterior já tinham um ministério (Ministerio per gli italiani nel mondo) e agora parlamentar no legislativo. Liga nóis, os imigrantes e descendentes ligeiro vira cidadão, ganha passaporte, vota, elege representante, 1-2 ganha proteção social e jurídica onde estiver, paga imposto, vixi, tem o dom? Riqueza e patrimonio imaterial, sem essa de por queijo parmesão ralado em pasta e espaguete com frutos do mar, com governo eletrônico, internet banking, banda larga, mas nem. Fronteira territorial, distância? Caixão!

Liga a rima toda q saiu no Jornal Diário do Comércio, com entrevista com candidato a senador italo-brasileiro q acabou ganhando a vaga de representante dos italo-sul americanos. Vai vendo:
Il Senatore Brasiliano
28/02/2006 - Roseli Lopes

Eleições da Itália tem como candidatos italianos que moram no exterior.

Pollastri vai disputar, nas eleições de abril, uma vaga no Parlamento italiano. Sairá pela chapa Unione, que apóia a candidatura de Romano Prodi, da oposição, ao cargo de primeiro-ministro. Ele é o único candidato residente no Brasil que concorrerá ao Senado.

Após 30 anos morando na cidade de São Paulo, o italiano Edoardo Pollastri, na foto ao lado no Terraço Itália, com a cidade paulistana ao fundo, diz que sua experiência de vivência no Brasil o ajudará a ampliar as relações comerciais e culturais entre o Brasil e a Itália.

Ele é italiano, vive no Brasil há décadas e vai concorrer às eleições do Senado deste ano. Só que na Itália. Aos 73 anos, dos quais 30 vividos na cidade de São Paulo, o economista Edoardo Pollastri é um dos italianos que poderão disputar as eleições parlamentares marcadas para 9 de abril. Pela primeira vez na história da Itália o Parlamento se abre à participação de italianos e seus descendentes que vivem fora do país. No final de 2005, essa comunidade ganhou o direito de disputar uma vaga no Senado ou na Câmara. Mesmo morando a milhares de quilômetros de Roma, cidade-sede do Parlamento.

Pollastri concorre a uma cadeira no Senado pela Unione, chapa nascida da coalizão de oito partidos de centro-esquerda, que apóia a candidatura de Romano Prodi ao cargo-posto de primeiro-ministro da Itália, contra Silvio Berlusconi - que hoje ocupa o cargo e que agora tentará se reeleger para seu terceiro mandato.

Pela Unione, o economista italiano que também é presidente da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria de São Paulo e membro do Comitê Consultivo da Associação Brasileira da Indústria Alimentícia (Abia) é o único candidato ao Senado residente no Brasil. Outros três têm residência fixa na Argentina.

Única
Na avaliação de Pollastri o momento é histórico. "Nenhum país do mundo permite, hoje, que cidadãos não-residentes disputem quaisquer cargos eleitorais. A oportunidade de italianos que vivem fora da Itália estarem no Parlamento é única", diz ele.

Ao todo, 18 futuros parlamentares residentes no Exterior serão escolhidos: 12 para a Câmara e 6 para o Senado. As vagas foram distribuídas entre quatro colégios eleitorais: Europa (de onde sairão 6 deputados e 2 senadores), América do Norte (2 deputados e um senador), América Latina (3 deputados e 2 senadores) e a região que engloba a África, Ásia, Austrália e Oceania, com direito a uma vaga no Senado e uma na Câmara. O Brasil disputará com italianos que têm residência fixa na Argentina, Venezuela e demais países da América Latina.

Natalina Berto, assistente social de 62 anos, no Brasil desde 1974, também concorre às eleições parlamentares na Itália. Candidata pela Unione, tentará, em São Paulo, se eleger para uma das três vagas de deputado, na Câmara.

Natalina disputará com o siciliano Fábio Porta, da mesma chapa Unione, que mora no Rio de Janeiro há dez anos, e Monti Arduino, de São Paulo. Natalina, Porta e Arduino enfrentarão ainda dois candidatos da Argentina e um da Venezuela.

A Unione terá como adversárias nas urnas outras chapas, formadas dentro do mesmo colégio eleitoral. Uma delas é a Forza da Itália, que apóia a candidatura de Silvio Berlusconi a primeiro-ministro, mas que não tem candidatos residentes no Brasil.

Voz da América Latina – Tanto os senadores quanto os deputados eleitos, independentemente da chapa à qual pertençam, serão a voz da comunidade italiana da América Latina no Senado. Trabalharão especialmente para defender os interesses de todos os italianos e descendentes que vivem na região.

Se Pollastri ganhar, o único candidato a senador residente no Brasil quer ajudar a ampliar as relações ítalo-brasileiras nas áreas comercial, cultural e de tecnologia. "Levaremos nossa experiência de vivência no Brasil ao local onde a Itália faz sua política internacional", fala. "Pretendo trabalhar junto a corporações italianas para que invistam no Brasil no setor de pequenas e médias empresas. Vejo que, aqui, faltam condições para que o pequeno e médio empresário sobreviva", afirma. Entre as propostas está a de trazer para o mercado brasileiro o know how italiano nesse segmento.

"A Itália tem um modelo que está entre os mais apreciados em todo o mundo", diz o aspirante a senador. Na sua avaliação, o sucesso do modelo italiano poderia resolver os três principais problemas do pequeno e médio empresário no Brasil: a falta de conhecimento do pequeno empreendedor, a alta burocracia aplicada à empresa de menor porte e o alto custo do dinheiro para quem quer se tornar um empresário.

Social
Com larga atuação na área social, Natalina Berto, se eleita, deverá voltar suas baterias para reivindicar condições mais justas para os cidadãos italianos que moram na América do Sul no que diz respeito às áreas previdenciária e assistencial. Melhorias no atendimento do consulado e o desenvolvimento de programas de formação educacional para os descendentes de italianos também estão em seu programa.

"Hoje, as leis italianas são criadas, aprovadas e enviadas às comunidades de todo o mundo. Mas muitas vezes elas não atendem às necessidades das comunidades, que variam de acordo com o país em que residem. Com estas eleições vamos poder opinar, levar nossas reivindicações, porque nós é que conhecemos os problemas dos que estão longe de seu país"", diz Natalina Berto.

O peso da nossa colônia

O Brasil tem a maior colônia italiana do mundo. São cerca de 220 mil italianos, entre imigrantes e seus descendentes, com direito ao voto. Desses, 120 mil residem em São Paulo. O colégio eleitoral do qual o país faz parte é o segundo maior, com 885.673 residentes que poderão votar. Atrás apenas da Europa, que tem 2 milhões, 39 mil e 149 italianos. Por isso, a expectativa é de que o País eleja, além de seu único candidato a senador, ao menos outros dois ou três italianos com residência no Brasil para a Câmara.

"Por temos forte presença no País a chance de elegermos mais de um italiano residente no Brasil é grande", diz Fabio Porta, morador da cidade do Rio de Janeiro há uma década, e que aos 42 anos concorre ao cargo de deputado na Câmara italiana, pela chapa que apóia a candidatura de Romano Prodi.

Caso vença nas urnas, Porta pretende levar às discussões no Parlamento reivindicações de interesse da geração mais jovem de italianos, os descendentes de imigrantes. nas questões de intercâmbio cultural, estágios profissionais e estudos na Itália.

Os futuros parlamentares que vivem no exterior escolhidos terão os mesmos direitos e deveres do que residem na Itália. Poderão cumprir seus mandatos no país onde moram. A votação será feita pelas próprias comunidades italianas residentes nopaís onde o candidato está. Para votar é preciso estar regularmente inscrito nas listas eleitorais de seus municípios. Cada italiano com direito a voto receberá pelo correio, um envelope com o formulário de votação. A escolha é feita escrevendo o sobrenome do candidato, e não o primeiro nome, no formulário.

O voto deve ser colocado no correio até a data-limite fixada pelo consulado, indicada no próprio formulário. Mais informações no site do consulado italiano no Brasil, no endereço www.italconsul.org.br

Tipo, antes mesmo da eleição, a coalizão Unione fez as primárias ano passado, consultando estrangeiros. Liga notícia no jornal Folha de São Paulo.
Itália elege líder da oposição com voto de fora
17/10/2005 - Folha de São Paulo, Shin Oliva Suzuki

Descendentes e residentes no Brasil participaram dia 9/10/2005 das primárias que escolherão rival do premiê Berlusconi

(...) A participação da comunidade no Brasil foi estimulada por uma lei sancionada em 2002 que permite a detentores da cidadania italiana que votem nas eleições gerais. O próximo pleito, marcado para meados do ano que vem, vai definir a formação do novo Legislativo do país e, por conseguinte, o próximo premiê.
Isso significa que o Parlamento poderá ter representantes de eleitores que nunca pisaram em solo italiano. Eles poderão eleger 12 deputados e três senadores de quatro representações: América do Norte, América do Sul, Europa e resto do mundo.

Extensão da democracia
Sandro Benedetti Isidori, residente há 25 anos no Brasil e representante dos Socialisti Democratici Italiani (SDI) na América Latina, partido que integra a Unione, diz que é importante estender o processo democrático a todos os cidadãos italianos, segundo ele uma prova de tolerância e de esforço de integração dos italianos.
"Vemos que muitos imigrantes não são aceitos na Itália, e os italianos são um povo imigrante", disse Isidori. Ele reconheceu, porém, que poderá haver a participação nas eleições gerais de pessoas com pouca informação sobre o cenário político italiano.
O engenheiro paulistano Luiz Nocciolini, 39, compareceu ontem ao Circolo Italiano e votou em Romano Prodi para líder da Unione. Nocciolini foi à votação acompanhado do pai, da mãe e de suas irmãs e afirmou que não conhecia muito bem o ex-primeiro-ministro italiano nem estava informado sobre as recentes notícias do país.
"Participei porque fui ao Consulado Italiano para completar o processo para obter a cidadania italiana e lá me disseram que seria importante votar para exercer os meus direitos como cidadão italiano", afirmou o engenheiro paulista, que escolheu Romano Prodi por indicação do pai.
Segundo Sandro Benedetti Isidori, na América Latina existem 680 mil pessoas que têm direito a voto nas eleições italianas. "Mas, potencialmente, há 3 milhões de pessoas no continente que poderiam participar da votação", diz. A população da Itália é atualmente de 58 milhões.
Gian Battista Serra, representante no Brasil do SDI, afirma que a importância de residentes no exterior e descendentes terem representantes no Parlamento italiano está em conquistar benefícios no país em que vivem.
"A comunidade italiana é a única dentre as principais em São Paulo que não possui um hospital, isso é grave", afirma Serra. Ernani Nocciolini, 67, pai de Luiz, declarou que sua participação também estava relacionada a conquistar um benefício como esse.

Bem louco. Liga q ainda não trombei com a notícia na internet mas vi na TV q o candidato brasiliano Edoardo Pollastri venceu, ganhou do argentino apertado, tipo na recontagem. Tiozinho ligeiro garantiu a vaga no senado e vai representar a colônia oriundi no parlamento. Li no jornal q uma pá de maluco na Itália pagou um pau, o senador estrangeiro é da oposição e a treta lá no parlamento ficou pau a pau, direita x esquerda, com 1 ou 2 votos de diferença. Tipo, bacana lá na Itália ficou surpreso pq se pam ainda achava q aqui nas américas o descendente de imigrante ainda pagava comédia com retrato do mussolini pendurado na parede da sala. Aí ficou pequeno :-)
Avanti populi!

Dois palitos as outras nações exportadoras de imigrantes deixa de vacilo e tb cai pra dentro. Burocracia pra conceder passaporte e cidadania atrasa o lado. Pomeranos, nagôs, lituanos, japoneses, irlandeses, manchu, geges, libaneses, venetos, bantus, coptas, cantonêses, bávaros, benguelas, curdos, okinawanos, croatas, coreanos, fulas, melhor dar fuga de mapa, estado limitado, mas nem.
Se pam já segue a rima, olha a conversa no jornal japonês (outra nação q antes de ficar rica, exportou imigrante até umas horas) Yomuiri mandando um salve q o governo vai ter q indenizar os imigrantes e descendentes de Porto Rico: Japan Govt to assist japanese sent do Caribben. Mas que mané fronteira, representando tipo judeu e cigano, estado nômade, desterritorializado, virtual, demorou!

Liga q tem aquela rima bem louca, nem sei quem teve o dom de assinar, mais ou menos assim: "o nacionalismo é o último refúgio dos incompetentes".

A revolução não será televisionada!

-> Arquivo: 31.1.2006 : Capitalismo cognitivo ou Economia da informação
-> Arquivo: 24.8.2005 : Democracia direta usando Orkut
-> Arquivo: 27.7.2005 : Estadão: ICMS online estréia amanha no RS
-> Arquivo: 9.6.2005 : Eleição para o board da wikipedia - Fundação Wikimedia - 2005
-> Taba : Discursando nas Listas : Radinho : Feudalismo
-> Coletando : Mercado Livre : Busca : imigrantes e Itália
-> Compartilhando Banners : Livro - A Sociedade em Rede

Blog Virgula-Imagem, Marcelo Terça-Nada, silvícola #11

Liga nois, milidas trocando uma idéia com o mano Marcelo Terça-Nada, do blog Vírgula-Imagem, ligeiro ele tb resolveu colar lado a lado na correria da Taba. Tipo participando no Compartilhando Banners, primeiro com o blog no endereço antigo, q vai continuar no ar, e tb com o site biblioteca de links do Trama, o De cá pra lá.
1-2 o novo aliado tb já teve o dom de rabiscar uma pá de banner novo, divulgando Italo Calvino, Tom Zé, Eduardo Galeano, Jorge Benjor, Nação Zumbi, ligeiro tá tudo no bolinho no rodízio do ad server e aparecendo no virgulaimagem.blogspot.com, aqui nesse blog, de outros silvícolas participantes, uscambau. Senti firmeza! Então, mandei um salve avisando pra ele anotar as horas de trampo voluntário desenhando banner novo, liga q assim no fim do trimestre além das cotas pela participação no Coletando com a audiência dos blogs tb segue a levada das Regras de Distribuição de Novas Cotas por Trampo, tá valendo.

Tá ligado q milianos o Marcelo representa a milhão, replicando o Prov0saction e endolando uma pá de fita de mídia tática, intervenção urbana, literatura, design, software livre, pá e tal, tudo no coletivo Rede Zero, vai vendo o naipe dos projetos da banca: Poro, Folhas de Ouro, Jornal Estilingue, Descalços, daquele jeito. Outra taba, é nóis envolvido! E ainda faz o corre na firma DoDesign-S, com cliente em agricultura orgânica, familiar, cooperativa, circo, comércio justo, sustentabilidade, tipo Agreco, Ecoorganic, Brazil Fair Trade Coffes, Horta e Vida, pá e tal, mil graus!
Então, se pam o mano é exemplo de trabalho com diversão, ideologia com renda, comida com arte, lado a lado. Como na rima dos Racionais: "1 por amor, 2 pelo dinheiro".

Agora se vacilar, com mais um participante com aptidão de design, arte, midia tática e intervenção urbana, além de atualização mais frequente dos banners no Compartilhando, dois palitos tb tem estampa nova no Camiset.andh.us. E com os adiantos nas áreas de agricultura sustentável e artesanato, potencial pra uma pá de projeto no estilo da Taba: agentes independentes, c2c, copyleft, software livre, uscambau. E vice-versa com Rede Zero e DoDesign-s, sei lá. É só dar linha na pipa.!

Demorou, é nóis. Sem miséria!

-> Arquivo: 22.4.2006 : Blog Espaço Livre no BR101.org, China, silvícola # 10
-> Arquivo: 31.3.2005 : Blog Alfarrábio, Paulo Bicarato, silvícola # 9 e FFF no Compartilhando Banners
-> Arquivo: 17.3.2006 : Blogs do Sergio e Aprendendo Física - Sérgio F. Lima, Sílvicola # 8
-> Arquivo: 12.5.2005 : Blog Foi Engano, Amanda Vieira, silvícola # 7
-> Taba : Silvicolas
-> Taba : Emboscando
-> Compartilhando Banners : Participantes
-> Coletando : Mercado Livre : Busca : Orgânico e Orgânica
-> Technorati Tags: , , , , , , , , ,

29.4.06

Sou Feia Mas Tô na Moda, documentário de Denise Garcia

Sou Feia Mas Tô Na Moda
Sou Feia Mas Tô na Moda - I'm Ugly But Trendy
Originally uploaded by raphaprimo.


Liga nóis, tiazinha da Toscographics se jogou, filmando a banca do funk, formando o bonde, uscambau. Milidias saiu uma matéria no jornal Folha de São Paulo, Ilustrada, rima do Alexandre Matias do blog Trabalho Sujo, vai vendo:
"Sou Feia..." mostra funk além do fenômeno
16/12/2005 - Alexandre Matias, colaboração para a Folha

Documentário dá voz a expoentes da cultura de rua; para diretora, críticas de sexismo são preconceito contra favela

Quem foi à palestra que o DJ e produtor Steve Goodman ministrou na última edição do festival Hype, no Sesc Pompéia, em São Paulo, assistiu a uma amostra em vídeo de MCs de garage duelando rimas entre si sem nenhuma base -no máximo, palmas. O DJ, que atua sob o codinome Kode9, disse ser impossível legendar o vídeo, devido ao excesso de gírias, referências e trocadilhos na batalha verbal. Mas percebia-se uma matriz essencial, na prosa e no ritmo, característica daquela cultura de rua, ainda que racionalmente intraduzível.

O mesmo acontece nos minutos iniciais de "Sou Feia Mas Tô na Moda", estréia na direção da gaúcha Denise Garcia, sócia do cartunista Allan Sieber na produtora Toscographics. "Quem nasceu nasceu/ Quem não nasceu não nascerá", canta, sem acompanhamento, o MC G, logo na primeira cena do filme. Logo a câmera corre para um churrasco na Cidade de Deus, em que MCs de funk carioca trocam rimas como numa roda de samba, só na palma da mão. Em português carioca, as gírias, referências e trocadilhos são igualmente intraduzíveis, mas percebe-se todas as nuances que caracterizam um gênero musical. Nuances que são escancaradas quando, minutos à frente, o produtor Grandmaster Raphael arenga um arremedo de vocal para encaixar-se nas bases pré-gravadas, inconfundíveis.

Esse é o grande trunfo de "Sou Feia...", que ameaça falar do papel da mulher no funk do Rio, para dar uma pequena aula sociocultural sobre o fenômeno pop. "Meu interesse no funk começou em 2000", lembra Denise, "quando os bondes de mulheres começaram a aparecer na imprensa. Porém, sempre que o assunto vinha à tona, era um tal de "esta música denigre a imagem da mulher", "a mulher está se deixando tratar como objeto"...
Eu, como mulher, não achava isso", afirma. "Foi quando comecei a notar essa barreira que separa a favela do asfalto. A coisa de "mulher-objeto" era desculpa para o preconceito contra o pessoal da favela, pois uma cidade que se orgulha do Carnaval que faz não podia estar falando sério. Era falso moralismo mesmo. Aí comecei a pensar num documentário", explica a diretora, que começou o filme através da emblemática Tati Quebra-Barraco, que registrou se apresentando grávida de oito meses. "Comecei pelas mulheres porque estava fascinada com a coragem, a cara-de-pau, o senso de humor delas. Mas, quando comecei a conhecer o movimento melhor, vi que não fazia sentido deixar de lado a história que eles todos iam me contando", continua. "A única certeza que tinha desde o início é que, fosse o recorte que fosse, a história seria contada por funkeiros, sem filtro acadêmico."

Estrela
Mas a grande estrela do documentário, que ainda conta com uma estarrecedora versão à capela para "O Rap da Felicidade" com Cidinho e Doca (soul na veia), é Deise da Injeção, que conquista pela simplicidade. "A primeira entrevista que ela me deu foi emocionante, porque ela estava numa fase em que pensava que nunca mais iria poder viver de fazer música. Ela me cativou. Desde então, sempre que me entrevistavam, eu sugeria que a entrevistassem, pois ela era a única do filme que não estava fazendo shows. E, hoje, nem precisa falar, né: está fazendo muitos shows, largou o emprego de doméstica, foi para a França, tocou com a [cingalesa radicada em Londres] M.I.A."
"Mas a maior emoção foi ter ido até o fim mesmo sem um centavo para realizar", desabafa a diretora. "Eu não acho que a gente deva se orgulhar de trabalhar sem grana, mas deixar de fazer um projeto porque nenhuma empresa quis entrar, isso não! Aprovamos R$ 450 mil na Lei do ICMS, mas nos contatos a resposta era sempre a mesma: "Achamos que o assunto do seu projeto não se enquadra no perfil de nossa empresa". Vai entender: empresa operando em pleno Rio de Janeiro funkeiro, como é que não se enquadra?"

Demorou. Já é!
Sem miséria.

-> Arquivo: 12.3.2006 : Deize Tigrona e Edu K no video clip Sex-O-matic
-> Arquivo: 13.1.2006 : Deize Tigrona no Royal Baile Funk no Vegas 16/1/2006
-> Arquivo: 2.7.2005 : Funk Carioca, arranjo produtivo copyleft na Revista Carta Capital
-> Coletando : Buscapé : CD: Funk Carioca
-> Coletando : Livraria Cultura: Livro - Batidão. Uma História do Funk
-> Compartilhando Banners : Livro - Esmeralda. Por quê não dancei.
-> Coletando : Mercado Livre : Busca : Funk Carioca e Calça da Gang

28.4.06

Microcrédito C2C, empréstimos e investimentos pessoa a pessoa na internet

Kiva Clients

Liga nois um catado de sites gringos de intermediação, infomediação, financeira uscambau. Tipo empréstimos e investimentos direto entre pessoas, sem instituição, corporação ou banco. Bem louco. Olha a conversa:
Zopa
http://www.zopa.com
People are better than banks

Prosper
http://www.prosper.com
The online marketplace for people-to-people lending

Billmonk
http://www.billmonk.com
For borrowing between friends

Liga q tem esse outro corre onde vc empresta/investe o malote direto pra tiazinha empreendedora, pequeno comerciante, micro negócio, artesanato, manufaturas c2c, pá e tal.
Tipo, faz uma busca nas fitas e escolhe qual correria quer investir. Se pam deve dar retorno melhor do q em banco tradicional, poupança, renda fixa. Daquele jeito.
Kiva
http://www.kiva.org
Loans that change lives

Teve o dom! Demorou pra virar um esquema parecido aqui em pindorama, vixi, micro empreendimento da favela, bico, mutirão e agente independente com crédito, sai da frente. Dando fuga de burocracia de banco ou agiota monopolista e prestando conta direto com bacana ou maluco esclarecido, sem massagem. 1-2 tá dominado.

Tb trombei com catado de fundos de investimento social mais na levada corporativa, oficial, liga nois: Socialfunds.com Socially Responsible Investing. Tb tá valendo :-)

Tem o dom? Sem miséria!


->Arquivo: 1.2.2006 : Projeto Terra Negra Brasil - Financiamento agrário para afro-descendentes
->Arquivo: 19.9.2005 : Novos bancos comunitários em MG, nota no Estadão
->Arquivo: 28.4.2005 : Tanomoshi, consórcio de dinheiro, microcrédito autônomo e serviços financeiros c2c
->Arquivo: 22.2.2005 : Unitus.com - Global Microfinance Accelerator
->Coletando : Livraria Cultura: The fortune at the bottom of the pyramid
->Compartilhando Banners : Livro - Utopian Entrepeneur .
->Coletando : Mercado Livre : Busca : Consórcio

25.4.06

Skype In e Skype Out no Brasil, teste do blog Garota sem Fio, etc.


Wireless Skype
Originally uploaded by Garota Sem Fio.


Liga q milidias, em fevereiro, bacana do Skype anunciou acordo com firma tupiquim pra oferecer esquema de ligação pelo computador, gratis entre pcs, e mais barato entre pcs e telefones comuns. Vai vendo matéria no jornal O Estado de São Paulo sobre a correria:
Brasileiro pode receber ligação pelo Skype, com número local
Empresa fecha acordo com a Transit, operadora brasileira de telefonia
1/2/2006 - Graziella Valenti

O Skype anunciou ontem uma parceria com a brasileira Transit Telecom para trazer ao País o SkypeIn, que permite ao usuário do software de telefonia via rede mundial mais popular do mundo receber chamadas em um telefone convencional, ligado à internet. É o primeiro acordo neste molde na América Latina, afirmou Carlos Pires, gerente de desenvolvimento de negócios do Skype para a região. A empresa oferece o SkypeIn em aproximadamente uma dezena outros países, na Ásia, Europa e América do Norte.

O co-fundador e gerente-geral do Skype para Ásia e América Latina, Geoffrey Prentice, disse que o Brasil é um país chave para a companhia, pois está entre os cinco maiores mercados do serviço, lançado há cerca de dois anos e meio. Hoje, o Skype possui 240 milhões de softwares instalados e 75 milhões de usuários registrados em todo o globo. A empresa não divulga o volume de usuários no Brasil e nem o porcentual pagante de sua base de clientes.

A parceria com a Transit permitirá que o usuário possua uma numeração para receber chamadas. Foi fechado também um acordo com a fabricante Linksys, que fornecerá o aparelho receptor das ligações. As ligações continuarão a ser feitas por meio do software no computador, chamado SkypeOut.

Os executivos não forneceram projeções sobre conquista de clientes. Prentice disse apenas que o lançamento do SkypeIn no Brasil tem por objetivo atender a uma demanda dos próprios usuários locais. Inicialmente, o produto estará disponível em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Campinas, Santos, Joinville, Caxias do Sul e São José dos Campos. Em breve, também será oferecido em Brasília e Salvador.

O vice-presidente de marketing e tecnologia da Transit Telecom, Alexandre Alves, afirmou que a companhia terá mais de 100 pontos de presença até o fim deste ano e, com isso, possuirá a segunda maior capilaridade no País entre as autorizadas de telefonia fixa, perdendo apenas para a Embratel. Hoje são 26 pontos, a serem ampliados em breve para mais de 40.

A assinatura do SkypeIn por três meses custa R$ 30 ( 10) e a de 12 meses, cerca de R$ 90 ( 30). Além disso, será vendido separadamente o Skype voicemail, por cerca de R$ 15 ( 5) para três meses e R$ 45 ( 15) no plano anual. Por enquanto, explicou Pires, os pagamentos ainda são realizados por cartão de crédito internacional. Mas a companhia continua estudando meios alternativos de pagamento e o lançamento de cartões pré-pagos para uso em telefones públicos convencionais.

Prentice afirmou que não se sente ameaçado pelos produtos de telefonia via internet que as concessionárias de telefonia fixa (Telefônica, Telemar, Brasil Telecom e Embratel) planejam lançar. Segundo ele, estes lançamentos terminam por chamar ainda mais atenção para a tecnologia, o que resulta em mais usuários para o próprio Skype.

Pires admitiu que a aceitação do Skype no mercado corporativo foi surpreendente e que, apesar do foco no consumidor, a empresa estuda serviços focados em pequenos e médios negócios. Ele destacou que a Transit poderá desenvolver soluções neste sentido.

Ligeiro a Garota sem Fio teve o dom de se jogar e mandar um salve sobre a experiência usando o esquema todo. Olha a conversa:
8/2/2006 - Review: SkypeIn

Comprei 2 números de SkypeIn, um do Rio e um de São Paulo, a fim de estreitar meus laços profissionais na área de consultoria em tecnologia móvel.

No primeiro dia de uso (assim que o serviço foi anunciado), o serviço já funcionava, mas muita gente que me ligava de telefones fixos dessas cidades reclamava que às vezes meus números davam sinal de ocupado. No dia seguinte estabilizou e não notei problemas.

Recebo ligações de telefones fixos e móveis de todos os lugares. Ligo para pessoas com números SkypeIn de Curitiba mas que moram em qualquer lugar, até no exterior. A qualidade é tão boa quanto o Skype de computador para computador. Contudo, o mesmo não acontece quando se usa o SkypeOut. Liguei para números SkypeIn através do meu SkypeOut e a qualidade é falha. O mesmo acontece quando ligo via SkypeOut para números fixos de todo o país. Outro problema é a ausência de identificação de quem está ligando. Ou aparece algum número esquisito ou simplesmente não há identificação.

Mas no geral, estou bem satisfeita com o serviço, e muitos usuários estão tão empolgados que pretendem cancelar suas linhas de telefonia fixa, a fim de escapar das assinaturas. Em muitos condomínios que usam internet via cabo, abdicar de linha fixa de telefone pode realmente significar uma bela economia. A Brasil Telecom, da qual sou cliente, cobra cerca de R$ 70 mensais de assinatura não-residencial. O uso de um número SkypeIn por um ano custa R$ 80, ou R$ 30 por 3 meses. Sua aquisição é feita direto no site do Skype, e os requisitos são uma conta de skype ativa e um cartão de crédito internacional.

Leia o post completo no blog Garota sem fio

Outro blog q representou, rimando explicação detalhada até umas horas, é o Contraditorium. Liga nóis:
06/02/2006 - SkypeIn, SkypeOut e Outros Bichos

Sentiu firmeza? Sem miséria!

-> Arquivo: 12.3.2006 : Adiado para 2007 o fim da cobrança por pulsos na conta de telefone
-> Arquivo: 23.11.2005 : Pq Ebay comprou Skype ? Matéria no WSJ.com, etc.
-> Arquivo: 10.3.2005 : Fita voip wi-fi dominando
-> Arquivo: 2.2.2005 : Vídeo no Voip
-> Compartilhando Banners : Mercado Livre : Telebox & Skype, conecta seu PC no telefone sem fio para usar Voip
-> Coletando : Mercado Livre : Busca : PDA e Voip

24.4.06

Marcelo Paixão da ONG Observatório AfroBrasileiro, entrevista no Estadão

Marcelo Paixão

Liga nois entrevista com economista ano passado no Jornal O Estado de São Paulo. Rimando sobre estatísticas da exclusão, ação afirmativa, cotas, privilégios e desigualdades de milianos, teve o dom. Vai vendo:
Corrida de obstáculos, só para negros
Domingo, 20 de Novembro de 2005, por Ivan Carvalho Finotti

Ao contrário do que aconteceu com os imigrantes europeus, a raça negra não é considerada parte efetiva da formação da sociedade brasileira

Um novo consenso nacional a respeito do negro no Brasil. Essa é a única saída para a desigualdade racial que assola o País há séculos, acredita o economista carioca Marcelo Paixão. Um consenso que envolva mudança dos papéis tradicionais e admita a contribuição efetiva da raça negra na formação da sociedade brasileira.

Órfão, Marcelo Paixão estudou até a 7ª série em escola pública. Terminou sua educação em escola particular paga por sua tia, funcionária pública que o criou. Formou-se em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Hoje, aos 39 anos, doutor em Sociologia e professor do Instituto de Economia da mesma UFRJ, Paixão é um defensor do sistema de cotas e, apesar de trabalhar o tempo todo com números absolutos, gosta mesmo é de interpretá-los: "Um pobre numa sociedade não tão desigual sente menos a pobreza do que uma pessoa com mais recursos numa sociedade de pronunciada desigualdade".

O economista, também coordenador da ONG Observatório AfroBrasileiro, foi um dos autores do Relatório do Desenvolvimento Humano no Brasil, da ONU, divulgado na sexta-feira. A publicação, intitulada Racismo, Pobreza e Violência, aborda as razões dessa desigualdade e sugere caminhos, como a mudança das políticas públicas.

Seu trabalho como economista é festejado por todas as organizações afro-brasileiras do País. Ao desagregar por cor e raça os três dados que medem o Índice de Desenvolvimento Humano, o IDH (escolaridade, renda per capita e expectativa de vida), Marcelo Paixão ajudou a abrir um novo campo de estudos. Em sua tese de doutorado, concluiu que, se a população branca do Brasil formasse um país à parte, ela estaria em 44º no ranking mundial do IDH, enquanto a população negra ficaria em 105º. Atualmente o Brasil está em 63º lugar, mas é sobre o fosso de 61 posições que separam o 44 do 105 que Paixão falou ao Aliás nesta entrevista publicada hoje (20/11/2005), no Dia da Consciência Negra.

Quais as novidades do Relatório de Desenvolvimento Humano 2005, divulgado na sexta-feira?
O tema mais importante é um convite para uma mudança do perfil das políticas públicas para a área social do Brasil. O discurso dessas políticas sempre foi generalista, ou seja, voltado para todos. Se fosse voltado para todos, não deveria haver discriminação ou desigualdade no saneamento, distribuição de água, energia elétrica, localização de hospitais etc. O discurso é nobre, mas não funciona. É preciso ver como alguns grupos da sociedade se apropriam dos recursos públicos. Quando analisamos as desigualdades raciais no acesso a escola, saúde, coleta de lixo, esgoto, vemos que um grupo se beneficia mais que outro. A política pública, assim, aprofunda o problema.

E como combater isso?
Reorientar os investimentos para áreas mais pobres de modo que os serviços públicos possam ser equalizados. Sob o ponto de vista dos indicadores sociais, a população negra vai ter um benefício, porque está concentrada nessas áreas. Há outras formas, mais qualitativas.

Quais são elas?
Sabemos que as desigualdades sociais na educação são muitas vezes produzidas por conta de condições desiguais para acessar o ensino. Crianças pobres saem da escola mais cedo que as ricas. Por outro lado, também sabemos que muitas vezes o que afasta as crianças pobres não é só o fator econômico. É também o desalento, o fato de que o ambiente em sala de aula é pouco propício para que os alunos sejam diversos em origens ou em formas físicas. Constrói-se um padrão estereotipado que tem efeitos difíceis de ser quantificados, mas são cruéis. Enfim, as políticas de promoção da igualdade racial estão ligadas às políticas de combate à pobreza. Podem ser instrumentos importantes para a reversão de um cenário de desigualdade que, a rigor, se perpetua secularmente. E esse secularmente jamais pode ser considerado um tema menor. Temos de nos lembrar que esse país tem uma população descendente de escravos desassistida há gerações.

Há quatro anos, a renda familiar do branco era de 2,64 salários mínimos e a do negro, de 1,15. Isso mudou?
Em termos de valor absoluto, as rendas aumentaram, acompanhando a inflação. Mas vou ser um pouco subjetivo, sem me ater aos números. O que importa é que a desigualdade relativa se manteve. E as diferenças relativas é que importam.

Por quê?
Falo brincando na sala de aula que não ter sapato em 1900 é diferente de não ter sapato em 2005. O sentimento de privação relativa é tão importante quanto as realidades da privação absoluta. Uma pessoa pode ser pobre, mas, se vive numa sociedade não tão desigual, essa pobreza pode ser pouco sentida. Já alguém com mais recursos, mas numa sociedade de pronunciada desigualdade, vai se sentir pobre. Essa pessoa pode não ter a pobreza absoluta, mas tem a relativa. Na Rocinha ou em outras favelas do Rio de Janeiro, as casas têm TV, rádio, geladeira. No entanto, por que as pessoas vivem em situação muito precária, muito vulnerável? É também por conta do sentimento de privação relativa. Elas não têm acesso a um conjunto de bens e a um conjunto de direitos sociais que uma parcela significativa da população tem.

O senhor acredita que um dia o negro brasileiro terá índices socioeconômicos semelhantes aos do branco?
A questão racial vai além de ser um problema do negro. Na sociedade brasileira, temos de pensar que os negros estão inseridos em uma coletividade e os indicadores sociais são produzidos a partir da relação de um grupo com os outros. Então, quando falamos "o problema do negro", prefiro dizer "o problema das relações raciais no Brasil".
Quem ensinou isso de uma forma cabal foi o movimento feminista, que conseguiu elevar o debate das relações entre sexo para um debate sobre gêneros. Isso remete às posições e papéis sociais que um grupo forja em relação ao outro, as expectativas, as barreiras que vão sendo criadas por um grupo em relação ao outro. Então, não existe no Brasil um problema do negro, mas das relações raciais.

Minha pergunta, então, foi preconceituosa?
Não chegaria a tanto. É uma pergunta que é feita a mim o tempo todo. Ela corresponde a um senso comum desse debate.

Sim, mesmo porque o trabalho do senhor, ao separar os dados das populações brancas e negras, remete à idéia de igualar esses índices.
Sim, mas essa parte da pergunta, a de igualar as condições, está correta. O erro está em imaginar "o negro irá conseguir?" Não é questão de conseguir. Será necessário um novo consenso nacional sobre isso.

Como assim?
Pense no que foi o processo de integração dos imigrantes no Brasil. Eles tinham problemas de sobrevivência nos países de origem para vir trabalhar em cafezais ou fábricas, porque ninguém emigra porque quer. Agora, os italianos, japoneses e alemães estão perfeitamente integrados na sociedade brasileira. Chegaram aqui analfabetos, muitos sem qualificação, mas o que foi acontecendo? Um processo de convencimento no interior da sociedade brasileira – principalmente por parte das elites e dirigentes, que pensam estrategicamente –, que aquele contingente, independentemente de ter um nível de qualificação profissional tão reduzido, tinha contribuições efetivas a dar na formação da sociedade brasileira. E aí foram aceitos nas fábricas, posteriormente aceitos como gerentes e posteriormente ainda como donos das empresas.

E os negros?
Platão, em A República, dizia que as mulheres tinham de ser plenamente aproveitadas porque uma república que não utilizasse a potencialidade das mulheres seria como uma pessoa com apenas uma perna. É o que digo em relação aos negros. Mudar as relações entre os grupos raciais muda a maneira de os grupos se inserirem no todo social. Feito isso, a tendência é de os indicadores se igualarem.

As ações afirmativas, como a política de diversidade que algumas empresas adotam e a política de cotas nas universidades, já são entendidas pela população brasileira?
Vamos dividir essa pergunta. O primeiro tópico é que a política de ação afirmativa implica tratar os desiguais desigualmente para corrigir as desigualdades existentes. Vou dar exemplos: o imposto de renda progressivo, que significa que quem ganha mais paga maior imposto. As legislações que beneficiam as pequenas e médias empresas.
Filas para portadores de deficiências nos bancos. Como se vê, a ação afirmativa é um princípio já conhecido de todos os brasileiros e de todo o mundo moderno. O que talvez seja menos conhecido sejam ações afirmativas voltadas para grupos da população como mulheres ou negros.
No primeiro caso, temos por exemplo a lei eleitoral que reserva 30% das vagas de candidaturas nos partidos políticos para mulheres. Em relação à questão racial é que reside o problema.

Por quê?
Porque, quando envolve a questão racial, a ação afirmativa significa mudança de papéis sociais tradicionais que muitas vezes se encontram normatizados. Sobre as cotas: as pessoas não se acostumaram a ver negros nas profissões de médico, engenheiro, professor universitário e outras posições de maior prestígio social, e por isso passaram a acreditar que isso é o normal da vida. E não é. Então uma proposta dessas acaba encontrando resistência. Também acho que é uma medida impactante porque é não-voluntária. As universidades foram obrigadas a abrir as portas para um público que estava tradicionalmente excluído e, aliás, se a medida não fosse adotada, continuaria excluído para todo o sempre.

E há meios menos impositivos?
As empresas em geral fazem uma política voluntária. Eu acredito que, neste momento, teremos uma proliferação de medidas, de propostas de superação do quadro das desigualdades raciais. Algumas medidas serão mais impositivas, como é o caso das cotas, outras serão voluntárias, como é o caso de diversas empresas. Elas vêm operando políticas ativas de diversidade porque consideram que isso tem um caráter ético muito importante, porque estão cada vez mais abertas ao tema da responsabilidade empresarial, porque isso pode trazer uma imagem positiva e também porque percebem que pode ser mais lucrativo diversificar seu corpo de funcionários.

O senhor dá aulas para algum aluno cotista?
Infelizmente não. Na UFRJ não existe a política de cotas. Percebo até que há uma resistência muito grande por parte do corpo docente. Mas meu papel, além de ser um pesquisador e um professor, é procurar convencer as pessoas, sempre tentando colocar a racionalidade da proposta. As cotas não visam destruir a universidade, reduzir sua qualidade ou dizer que o princípio do mérito é desprezível. Nada disso. Só não acho que meritocracia e diversidade sejam excludentes.

Até que ponto a política de cotas será eficiente num sistema que é injusto desde o início? Por que não brigar por um sistema de qualidade que venha do ensino fundamental?
Acho que a política de cotas deve ser complementada com políticas de melhora de ensino público. Em relação às cotas, não existe a intenção de pôr na universidade pessoas despreparadas. Existem notas de corte.
Eu próprio não corrijo prova de aluno de forma mais leniente por conta de condições econômicas. Esse princípio tem de estar consagrado. Mas, quando analisamos os que foram classificados pelo vestibular, encontro em geral uma camada de ótimos alunos que vieram das redes privadas ou dos públicos federais. Existe, depois, o nível intermediário, no qual as notas entre aquele que se classificou e o que não se classificou são muito parecidas. Muitas vezes há o ingresso de um aluno que veio das escolas privadas, que teve oportunidade de fazer cursinho e aula de inglês e tirou 6,5. E um aluno de escola pública, pobre ou negro, que enfrentou preconceito, racismo, pobreza e talvez tenha de ter trabalhado enquanto estudava, tirou 6,3. Ele não entra porque a nota de corte é 6,4. Do ponto de vista do princípio da justiça, eu
pergunto: o critério está certo? Acho que não. Ao contrário. Um aluno negro e pobre que consegue enfrentar tantos desafios na vida e ser classificado numa prova de vestibular da UFRJ, da USP ou da Unicamp, um aluno desses tem de ser aproveitado. Se não for, nós o estamos condenando ao desalento. Estamos transformando pessoas que poderiam ser bons médicos, bons engenheiros, bons economistas, em profissionais com posições inferiores na sociedade.

Mas é possível traçar essa linha de forma justa?
É uma operação matemática complexa, mas hoje essa linha é traçada. Quem tirou 6,5 entra.Quem tirou 6,3 não. Pouco importa se o primeiro é um rico medíocre e o segundo é um pobre brilhante. Isso é complexo? É. Mas uma pessoa que nasce na favela e consegue, após 11 anos de estudos, prestar um vestibular é um herói nacional sem reconhecimento.
E depois de tudo isso, por causa de um ou dois décimos de nota, damos adeus para ele? Não é assim que esse país deve funcionar.

O que o senhor acha da lei que deve tornar obrigatório o estudo de História Afro-Brasileira no ensino fundamental e médio?
É importante porque diz respeito à maneira como a população brasileira vai tomar conhecimento da própria história. Nosso maior valor é a diversidade. Todo mundo sabe disso. Todo mundo sabe que a seleção brasileira não poderia ser feita só por negros ou só por brancos. E, se essa diversidade é um valor, ele deve estar expressado nos cursos escolares.

Demorou.

-> Arquivo: 4.10.2005 : Cotas para afrodescendentes nas empresas e corporações
-> Arquivo: 24.8.2005 : Arnaldo Jabour x MV Bill no Flip 2005
-> Arquivo: 14.7.2005 : Reparações aos descendentes daqueles que sofreram com a escravatura, sequestro e trabalhos forçados
-> Arquivo: 11.4.2005 : Uma história não contada
-> Taba : Discursando : Nas Listas : Radinho : Re: Reconhecimento de diferenças rompe desigualdade nas escolas
-> Coletando : Mercado Livre : Busca : Tim Maia e Candomble
-> Coletando : Livraria Cultura: Livro - Uma história não contada. Negro, racismo e branqueamento em São Paulo.
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22.4.06

Blog Espaço Livre no BR101.org, China, silvícola # 10

Falaí trutas! Milidias trombei com mano China do BR101.org e trocamos uma idéia sobre os corres do hip hop, inclusão digital, empreendedorismo, blogs, pá e tal. Ligeiro endolamos do aliado cair pra dentro participando da fita coletiva do Compartilhando Banners com o Espaço Livre do BR101.org e eu colando na goma pra rimar sobre uma pá de assunto, cultura pop, PC cidadão, entertainment mexicano, pá e tal.

Liga q o China milianos batia cartão em corporação de midia de massa, uma pá de história, vai vendo, 1-2 deu fuga e agora tenta a sorte com esquemas de sustentabilidade e geração de renda com blogs, sistemas de publicação abertos, conteúdo grass root, software livre, copyleft, autônomo, descentralizado, daquele jeito. Tipo, teve o dom de abrir espaços colaborativos pra testar e comentar CMSs, receitas, enquadro de políticos, só dando linha na pipa. Tem o dom.

É nóis envolvido. A revolução não será televisionada!

-> Arquivo: 31.3.2005 : Blog Alfarrábio, Paulo Bicarato, silvícola # 9 e FFF no Compartilhando Banners
-> Arquivo: 17.3.2006 : Blogs do Sergio e Aprendendo Física - Sérgio F. Lima, Sílvicola # 8
-> Arquivo: 12.5.2005 : Blog Foi Engano, Amanda Vieira, silvícola # 7
-> Taba : Silvicolas
-> 43 Things Brasil: Eu quero : Blogar Computador para Todos
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Agradeço Sao Judas Tadeu pela graça alcançada


Estampa Sao Judas Tadeu, sugestão de impressão 2
Originally uploaded by tupi.

Liga aquela treta com o Camiset.andh.us milidias, saindo do ar, depois q o host atualizou o mysql, pá e tal. Ligeiro, trocar uma idéia com o suporte do provedor de hospedagem, com os manos programadores e reinstalar uma pá de vezes o wiki engine wikimedia, mas nem, o jeito foi apelar pra São Judas Tadeu, o padroeiro das causas impossíveis.
Bagulho funcionou, vacilo era meu na hora de incluir os nomes do banco de dados, prefixo, pá e tal. Agora tem a estampa pra São Judas Tadeu da promessa, lado a lado no acervo do Camiset.andh.us, tipo representando como protetor do site, daquele jeito :-)
Se pam a demanda era mais na levada de Santa Clara, tipo clareando o caminho, vixi, 1-2 tb tem estampa pra ela :-D
Sem miséria. Guerreiro de fé, nunca gela!


-> Arquivo: 26.3.2006 : Camiset.andh.us fora do ar. Temporariamente se pam.
-> Arquivo: 7.3.2006 : Camiset.andh.us no ar (ex-Camisetando)
-> Arquivo: 10.2.2006 : Investimento da Taba #1 Compra de domínio e hospedagem andh.us
-> Arquivo: 25.8.2005 : Camiseteria.com - Camisetando de bacana
-> Arquivo: 25.7.2005 : Lojinha do Metareciclagem no Cafepress
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19.4.06

NEV, Nova Economia Virtual, ou Economia Matrix por Serendipidade.com

Making friends

Liga milidias o mano do blog Serendipidade mandou um salve, tipo palavrinha nova pra uma pá de corres com games, mmorpg tipo Ragnarok, uscambau. Vai vendo:
NEV - Nova Economia Virtual
03/11/2005

Wilma, Katrina, Charley e Isabel são alguns nomes de furacões fortes dos últimos 2 anos que atingiram os Estados Unidos. A seca atual desde o Pantanal até a Amazonia. As ondas de calor do verão europeu varrendo vidas de idosos e crianças.

Sintomas de um planeta explorado, poluído e aquecido.

Por outro lado, tem um mundo que não pára de crescer. O mundo virtual, a rede da Internet. Milhões de pessoas escrevem diariamente em blogs, jogam online com outros jogadores, fazem negócios, e desenvolvem muitas outras atividades lucrativas ou não.

Se juntarmos as duas realidades, poderíamos ter uma solução um tanto cyberpunk para o fim da exploração dos recursos do planeta. Seria uma migração de atividades reais para negócios virtuais, como a venda de domínios, venda de websites e sites de leilões.

No Project Entropia, um jogo online onde algumas ações dentro do jogo começaram a ser negociadas "externamente" com dinheiro vivo, um jogador conhecido como Neverdie comprou em leilão uma estação espacial para transformá-la em uma danceteria virtual.

Assim, enfurnados somente na NEV (Nova Economia Virtual), conseguiríamos o nosso amado dinheirinho pra comer e gastar. A população global diminuiria (através do sexo virtual) e economizaria os recursos naturais (porque quase tudo que nos satisfaz só poderá ser feito online). Só falta nos alimentarmos de bits e bytes.

É meio cara de Matrix mas é uma saída. Trocaríamos a morte do relacionamento humano (nossa fonte de ser) pela sobrevivência da natureza (nossa fonte de vida).

Uma balança difícil.


Cabelo avoa, liga reportagem na mesma levada no site No Minimo:
O virtual é cada vez mais real
06.11.2005 - Paulo André Vieira

O relógio da grande catedral no centro da cidade acabara de tocar a última das quatro badaladas: poucas pessoas andavam pela rua naquela hora da madrugada e, pelo que fora prometido, a entrega já deveria ter sido feita. Dito e feito: ao verificar a caixa de correio ao lado de uma hospedaria, lá estavam as cem moedas de ouro que tinham sido encomendadas. Não se tratava de receptação de mercadoria roubada nem de qualquer delito similar. Na verdade, as moedas de ouro nem existiam, serviam apenas como dinheiro fictício num jogo de computador. Mas, enquanto milhões de jogadores matavam dragões e vampiros por horas e horas a fio tentando acumular aquela pequena fortuna, estas moedas custaram pouco mais de seis dólares – exatamente 15 reais, com pagamento pelo cartão de crédito, por aquela entrega em menos de 24 horas.

É assim que Bob Kiblinger ganha a vida, vendendo dinheiro e objetos que só existem nos mundos virtuais dos jogos de computador. Morador de Daniels, pequena cidade com menos de 2 mil habitantes no estado norte-americano da Virgínia Ocidental, ele abandonou a carreira de químico na gigante do ramo da alimentação e limpeza Procter & Gamble para se dedicar a este trabalho, e não se arrepende de sua escolha.
"Em termos financeiros, é melhor do que um trabalho convencional", conta Bob, que chegou a cursar dois anos em uma faculdade de medicina.
"E o melhor benefício é a possibilidade de passar um tempo maior com meu filho de dois anos", acrescenta.

Um fenômeno da Internet dos dias de hoje, os MMORPGs (do inglês Massive Online Multiplayer Role-Playing Games - ou jogos de interpretação on line e massivos para múltiplos jogadores) permitem que milhares de jogadores criem personagens em um mundo virtual dinâmico e persistente que continua evoluindo mesmo que, em algum momento, nenhum jogador esteja conectado a ele. Para ter acesso a um dos servidores que hospedam esses mundos, normalmente é preciso pagar uma taxa mensal, apesar da distribuição do jogo em alguns casos ser gratuita.

Segundo Edward Castronova, professor de economia da Universidade da Califórnia em Fullerton, a venda de bens virtuais movimenta mais de 5 milhões de dólares em apenas um jogo. Em seu estudo sobre economias virtuais, Castronova afirma que os jogos on line podem em alguns anos fazer parte da rotina de milhões e milhões de pessoas, e que tal cenário certamente terá implicações na economia real. A medida que mais e mais pessoas transferem sua força de trabalho do mundo real para o virtual, os índices econômicos poderão apresentar um quadro de recessão, já que o capital gerado nos jogos não é contabilizado pela economia tradicional.

Assassinos profissionais

O jogo preferido de Bob é o Ultima Online, que entrou no ar em 1997 e é o principal responsável pela popularização do gênero. Bob apaixonou-se pelo jogo desde a primeira vez em que se conectou ao mundo virtual de Britannia com alguns amigos. Logo estava combinando este amor à experiência adquirida na venda de figurinhas de beisebol em sites de leilão como forma de ganhar dinheiro. Em suas palavras, foi uma verdadeira união dos céus. Hoje, conta com centenas de pessoas em diversos jogos, a maioria parentes ou amigos que fez enquanto jogava, correndo de um lado para o outro para conseguir os itens e acumular o dinheiro que vende através de um site.

O processo de compra é extremamente simples e oferece até mesmo um programa de descontos para clientes freqüentes. Após informar ao servidor onde se encontra seu personagem, o comprador escolhe a quantidade de dinheiro desejada - 5 mil moedas virtuais de ouro podem alcançar o preço real de 280 dólares - e prossegue com o pagamento através de seu cartão de crédito. Além de dinheiro, é possível também adquirir objetos ou armas usadas no jogo, como um canhão de mão oferecido por 50 dólares ou até mesmo propriedades e imóveis, com descrições que se assemelham às que encontramos diariamente nos classificados dos jornais de papel. Uma ilha recém-descoberta no jogo Project Entropia foi vendida pela espantosa soma de 26 mil dólares, e o comprador já expressou seu interesse em lotear sua propriedade e revender estes quinhões de terra – virtual - a outros jogadores.

Mas não só de objetos e dinheiro vive o mercado de mercadoria virtuais. Há sites que oferecem os mais diversos serviços a jogadores que dispõem de mais dinheiro do que tempo para dedicar ao jogo. É possível pagar para que uma equipe assuma o controle de seu personagem e jogue enquanto você não está conectado à Internet. Por 375 dólares,
pode-se levar um personagem recém-criado até o nível máximo no World of Warcraft, por exemplo. Neste mesmo jogo, com uma série de prêmios para recompensar o combate entre jogadores, há aqueles que se oferecem como verdadeiros assassinos profissionais e prometem matar até 800 pessoas – virtuais, não se esqueça - em um único dia.

Tais mortes fazem parte do jogo, e diariamente milhões e milhões de jogadores vêem suas contrapartes digitais sendo mortas pelas mãos de outros jogadores, mas na China o jovem Zhu Caoyuan, de 26 anos, teve uma faca bem verdadeira cravada em seu peito depois que Qui Chengwei descobriu que ele havia vendido por 7.200 yuans (aproximadamente 870 dólares) a espada que lhe havia emprestado no jogo. Qui chegou a procurar a polícia para denunciar o roubo, mas saiu frustrado pois seu "Sabre do Dragão" não foi reconhecido como um propriedade real, e portanto não estava protegido pela lei.

Ele escapou da sentença de morte, mas passará o resto da vida atrás das grades por conta de algo que só existe na memória de um computador. Enquanto isso, no Japão, outro jogador foi preso por explorar a falha num jogo que permitia que personagens controlados por um programa de computador atacassem os personagens de outros jogadores e roubassem suas posses virtuais, vendendo depois o produto dos roubos em um site de leilões.

O misterioso Mr. Big

Já a comunidade de jogadores do The Sims Online chocou-se ao ler a entrevista ao jornal "Alphaville Herald" de uma jovem que se apresentava como Evangelline, ainda menor de idade, anunciando que cobrava 50 dólares por serviços sexuais dentro do jogo através de suas personagens. Além de denunciar a prostituição neste universo virtual, os repórteres do jornal, que funcionava como entidade independente, traziam à tona uma realidade mais sombria no jogo, como grupos de sadomasoquistas e mafiosos que cobravam pela famosa "proteção". A repercussão foi tamanha que a menção ao nome do jornal foi proibida dentro do jogo, e seu principal repórter teve sua conta cancelada.

Crimes sexuais como estes não são novidade na rede. No final de 1993, Julian Dibbell já relatava pela primeira vez um estupro ocorrido em um MUD, sistema precursor dos atuais jogos on line em que a interação era feita inteiramente através de textos. Não houve contato físico, pois tanto o "estuprador" quanto suas "vítimas" estavam a milhares de quilômetros de distância umdo outro, diante da tela de seus computadores, mas as outras pessoas que, em todo o mundo, se encontravam conectadas àquela sala virtual e presenciaram os bizarros acontecimentos, se sentiram violadas pela violência de Mr. Bungle. Ele se descrevia como um palhaço maligno que usava uma espécie de boneca de vodu para forçar outros dois visitantes a terem relações sexuais entre si e com as outras pessoas presentes.

Uma década mais tarde, Dibbell lançaria o desafio de declarar ao imposto de renda como sua principal fonte de rendimentos a venda de bens imaginários. No último dia para a entrega da declaração, terminou com um salário de US$ 3.917 mensais, deixando por pouco de alcançar os 4 mil que havia estabelecido como meta. Em sua primeira venda, um mapa com as melhores minas da nova e misteriosa terra de Malas, conseguiu
pouco mais de 1 dólar.

Em seu projeto ele contou com uma espécie de mentor, um jogador experiente em Ultima Online que lhe ensinou os truques do negócio de venda de bens virtuais e o tirou de várias enrascadas quando se via sem tempo para entregar as encomendas vendidas em sites de leilão. A identidade da misteriosa figura, que ele havia apelidado de Mr. Big, só veio a ser revelada no final do projeto - não era outro senão Bob
Kiblinger.

No fim das contas, a renda mensal de Dibbell, como apontou Edward Castronova em seu blog ao parabenizá-lo pelo feito, é maior do que a de um professor de escola secundária, de um bombeiros e ou de curador de museu nos Estados. Para alguém que negociou códigos de computador, fundamentalmente compostos apenas de zeros e uns, realmente é um feito.

Liga matéria na Folha Online, com a banca aqui de Pindorama. Com catado, malote, nome da molecada, pá e tal:
Jogos on-line criam economia paralela
22/01/2006 - PAULA LEITE da Folha de S.Paulo

Os games on-line que unem vários jogadores ao redor do planeta atraem cada vez mais usuários e geram milhões de dólares por ano a seus participantes, num comércio globalizado, desregulado e até ilegal de personagens, itens e dinheiro virtual.

No Brasil, quem pára de jogar vende seus personagens por centenas de reais. O preço varia de acordo com o jogo, com o nível do personagem e com os equipamentos que possui. Há pessoas que compram itens e personagens de empresas estrangeiras e revendem para jogadores no país.

Na China, funcionários de empresas especializadas chegam a passar 18 horas por dia desenvolvendo personagens e conseguindo itens para vender na internet, em dólar. Americanos que têm dinheiro, mas pouco tempo para jogar, compram poderosos avatares - como também são conhecidos os personagens.

O economista Edward Castronova, da Universidade de Indiana (EUA), diz que os jogos se tornam cada vez mais populares entre adultos e que já há entre 10 milhões e 20 milhões de aficionados no mundo. E a comercialização de itens virtuais está se tornando profissional. "Há mais e mais pessoas que vêem a obtenção de ouro [do jogo] como um trabalho."

Os mundos virtuais são ambientes gráficos com regras semelhantes às do mundo real. É possível andar pelo mundo, conversar com pessoas em volta e comprar.

Em alguns jogos, é preciso formar alianças com outros personagens para fazer missões e matar dragões, por exemplo. Assim se conseguem itens e ouro do jogo.

Venda

Após dedicar horas a um RPG on-line, alguns jogadores vendem seus personagens, porque decidiram parar de jogar ou recomeçar com outro personagem.

A estudante de engenharia física Thais França Stefanini, 23, de São Carlos (SP), vendeu seu avatar do jogo Tibia. "Estava pensando em vender, aí fizeram oferta dentro do jogo. Negociei no jogo e, via messenger [programa de comunicação instantânea], vendi por R$ 300."

O personagem que Thais vendeu era um trojan, nível 122 (o máximo é 130), mas ela explica que o preço de venda também depende dos equipamentos que o avatar possui. "Já ouvi falar de pessoas que venderam personagens por mais de R$ 600", diz.

Ela diz não ter condições de comprar itens ou personagens. "Eu compraria itens, se pudesse, mas personagens não. Dá problema, as pessoas roubam de volta."

Já o engenheiro Caio (nome fictício) jogou o MMORPG Lineage por seis meses, mas conseguiu um emprego e vai parar de jogar. Está pedindo R$ 400 por seu arqueiro do nível 60 (o máximo é 75).

"Estou vendendo para recuperar o que gastei com o jogo. No Lineage, não tem ninguém que não compra nada, se você não comprar, não consegue jogar", diz ele. O problema, afirma Caio, é que o jogo exige muito tempo.

A reportagem conversou com pessoas (que não quiseram se identificar) que não jogam, apenas compram itens e personagens de empresas dos EUA e os revendem no Brasil.

Elas disseram que quem costuma comprar avatares são jogadores mais experientes, que querem experimentar como é o jogo com um personagem de outra "raça" ou profissão.

Existem também sites brasileiros que se oferecem para "upar" (desenvolver) os personagens dos outros. Um desses sites cobra R$ 600 para levar seu personagem do game "World of Warcraft" do nível 1 ao 50, em 12 dias.

Empresas

As empresas que desenvolvem ou publicam os jogos não costumam permitir que os usuários vendam itens do game por dinheiro de verdade.

Roberto Messias, gerente de marketing da OnGames, que representa os games Gunbound, Pang e WYD, diz que o termo de usuário não permite a venda de contas e itens, mas que, na prática, a empresa não consegue proibir que os usuários negociem.

Já a Level Up, que representa o game Ragnarök no Brasil, cobra pelo acesso ao jogo, na forma de cartões pré-pagos comprados em lojas e LAN houses.

Andrea Bedricovetchi, diretora-geral da Level Up, diz que a empresa não encoraja a venda de itens e personagens porque isso distorce os objetivos do game.

Manja Herrmann, do atendimento ao consumidor do jogo gratuito Tibia, diz que a CipSoft, responsável pelo jogo, estabelece nas regras que a venda de itens por dinheiro não é permitida.

Isso é feito por duas razões: para proteger o consumidor, já que existem muitas fraudes nesse tipo de venda, e porque os usuários legalmente não são donos de seus itens e avatares do jogo.

Teve o dom!
Liga q na gringolandia tem maluco endolando documentário em vídeo sobre maluco na China trampando na Nova Economia Virtual, liga o trailer no site Joystiq.
Sentiu firmeza? Dando um pião em lan house, tiozinho não vai poder zuar o molecada chamando de vagabundo, se pam tão puxando trampo, escavando ouro, treinando esgrima, daquele jeito. Chicote estrala!

Sem miséria.

-> Arquivo: 13.1.2006 : Blog Game Reporter e Certezas Provisórias agora no Wordpress grátis
-> Arquivo: 17.10.2005 : CLAP Conhecimento Livre e Aberto de Produção
-> Arquivo: 6.2.2005 : Denúncia de exploração de gamers no terceiro mundo
-> Arquivo: 20.1.2005 : Dinheiro digital - PEDs, Project Entropia Dollars
-> Coletando : Mercado Livre : Busca : Ragnarok
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18.4.06

Desentupidora, a palavra mais cara do Brasil

Arte de crianças.

Liga nois ano passado trombei com essa rima do tiozinho q trampa no Yahoo Search Mkt filial tupiniquim. Bacana mandou um salve de q a palavra "desentupidora" era a mais cara pra quem quisesse anunciar na pg de resultado de busca. Se pam replica a mesma levada de lista telefônica, urgência, desespero, busca imediata, pá e tal. Bem louco, vai vendo q copiei trecho da matéria:
Overture planeja crescimento de 80%
Gazeta Mercantil, 9/11/2005

(...) Segundo Agenor Cury de Castro, diretor de marketing da Overture (hoje Yahoo! Search Marketing), o CPC (custo por click) da palavra-chave "desentupidora" custa por volta de R$ 10, um dos mais altos no Brasil. O valor mínimo de CPC adotado pelo Overture é de R$ 0,15. Isso mostra que os vendedores de serviço de desentupimento esperam transformar em negócio grande parte das buscas por essa palavra feitas pelos usuários da internet. Assim como o preço do CPC da palavra "flores" cresce mais de três vezes pouco antes do dia dos namorados para voltar aos níveis normais logo após passar a data. (...)

Tá valendo. Liga q ligeiro até paguei comédia testando fazer esquema usando a palavra cara, tipo um desentupidor.blogspot.com, ligeiro trombei com outro maluco na mesma levada, vai vendo: desentupimento.blogspot.com. Mas nem, estatística de receita pá e tal nem se mexeu :-)
Liga q se tivesse lido o post no Lucrando na Rede - implementando keywords - pelo menos não vacilava e colocava a palavra desentupidora em bold :-D
Liga q na gringolândia a banca cresce o olho na direta nas palavras chaves mais bem pagas, tipo, milianos maluco montou um blog sobre Asbestos (amianto) pra testar a correria orientada a demanda e preço alto. Milidias o blog Cyber Wyre atualizou a listinha gringa.
Sem miséria!

Update:
29.12.2006 : O preço das palavras chaves no Brasil

-> Arquivo: 25.10.2005 : Google Base - All your base are belong to us?
-> Arquivo: 4.8.2005 : Yahoo Publisher Network Beta
->Arquivo: 25.5.2005 : Carreirasolo.org discute sustentabilidade de blogs tupiniquins
-> Coletando : Mercado Livre : Busca : Desentupidora
-> Coletando : Livraria Cultura: Livro - A Busca
-> Compartilhando Banners : Mercado Livre : Telebox & Skype, conecta seu PC no telefone sem fio para usar Voip

17.4.06

Crochê, tricô, fuxico, mobs e arte da rua


Koigu Jellyfish
Originally uploaded by ladylinoleum.


Liga nóis matéria do Estadão, replicada no site Jornal do Café. Tipo uma banca q se reune pra fazer tricô e crochet, beber café, fazer fuxico, uscambau. Olha a conversa:
A moda é tricotar e fuxicar nos cafés
13/01/2006 - Veículo: O Estado de São Paulo

Tecer, tricotar e fuxicar não são mais passatempos exclusivos de vovós e tias solteironas. Se arriscar com agulhas, linhas, lãs e novelos agora é moda entre garotas descoladas e até mesmo homens – pelo menos em bares e cafés americanos que mcriaram áreas para estimular a prática.

São os chamados "cafés para tricotar": lanchonetes, bares e cafeterias onde as pessoas podem tecer um cachecol, conversar com conhecidos ou fazer novas amizades enquanto tomam cafés, chocolate quente ou mesmo uma cerveja.

Esses lugares proliferam em Nova York e outras cidades americanas, e, a julgar pelo crescimento registrado nas vendas de agulhas, teares, fios de algodão e lãs, parecem ter garantido um bom número de freqüentadores. "O ano de 2005 foi fenomenal para as vendas. Cada vez mais pessoas diferentes querem fazer parte de uma comunidade que sabe tricotar e tecer", afirmou Richard Brown, presidente do Conselho de Artesanatos dos Estados Unidos.

Segundo pesquisa encomendada pelo órgão, as grandes compradoras dos produtos são mulheres entre os 25 e 34 anos – um novo perfil para um setor acostumado a ter como clientes pessoas que já entraram na terceira idade. Um ambiente mais distante ainda quando atrizes de Hollywood como Julia Roberts, Cameron Diaz e Sarah Jessica Parker declaram-se adeptas das agulhas de tricô e crochê.

Em Nova York, existe até mesmo uma noite especial para os homens que tecem num café chamado Knit New York. No Knit de Los Angeles, foi criado um horário próprio para as crianças e adolescentes – divisões que mostram o quanto a moda de tricotar em público conquistou os americanos.

Para especialistas, o fenômeno assemelha-se ao boom ocorrido em anos anteriores com atividades como feng shui, medicina alternativa, artesanatos, ioga e alimentos orgânicos. Ou seja, são o resultado de uma procura de moradores de grandes centros urbanos por coisas diferentes, que aliviem o estresse de viver em uma sociedade incerta, competitiva e individualista, onde sobra pouco tempo para o lazer.

COMO UM CALMANTE

Como toda atividade manual, o tricô traz benefícios para o físico e para a mente. "Funciona como um calmante. A pessoa se entretém, trabalha com a tensão e com a concentração. E também melhora a coordenação motora", explica a psicopedagoga Luciana Cini Bosisio, especialista em motricidade.

No Brasil, a moda tem adeptas em Campinas, e com uma versão que resgata um tipo de bordado tradicional. Chamada de Roda de Fuxico, o evento acontece semanalmente em um café da cidade. "É fuxico do bem", explica a empresária Liliana Barreto, autora da idéia e dona do Café Maritaka.

Há cinco anos, ela e um grupo de sete amigas passaram a se reunir para fazer as pequenas flores de tecido. "É um momento de relaxar e deixar de lado a correria de todo dia", conta. A roda cresceu e atraiu novas participantes. "Tivemos um homem no grupo, mas ele desistiu. Achou que iríamos questionar sua masculinidade", brinca a empresária.

Cercadas de árvores, algumas centenárias, em um jardim bem cuidado, as artesãs conversam, divertem-se, relaxam e fazem os fuxicos. Neste mês, com as assíduas fuxiqueiras em férias, Liliana aproveita para ensinar novas adeptas da prática, como as jovens Laís de Fátima Rossim, de 12 anos, e Ane Rodrigues Panullo, de 10, que moram em fazendas da região.

"É divertido", diz Laís. Concentrada, Ane precisou de paciência para dar os primeiros pontos de costura no tecido em formato de círculo. A empresária explica que os produtos confeccionados pelas artesãs são para uso próprio. Antes do Natal, porém, organizaram um bazar, que pretendem repetir para o Dia das Mães.

"Não fazemos pelo dinheiro, é por prazer. Mas é bom saber que tem gente interessada em comprar nossa produção", orgulha-se. Liliane diz que a prática é garantia de tranqüilidade para enfrentar problemas e a rotina. Para ela, o fuxico "faz se esquecer da vida".

As minas tem o dom! Liga q aqui em Pindorama tem uma pá de correria nessa levada, tipo além de cachecol e blusa, tb vira fazer colar, brinco, bijuteria, uscambau. Na gringolândia bagulho é mais louco ainda, tipo experiência, crochet graffiti, intervenção urbana, arte da rua, vai vendo:
- http://www.crochetlab.com
- http://www.knittaplease.com
- Make Magazine - Tree Sweater

Sentiu firmeza? A revolução não será televisionada!

Updates:
22.9.2006 : Brazoo, roupa artesanal e social
5.8.2006 : Bazares Autônomos e Temporários - Yo soy tu infierno IV e III Bazar das meninas prendadas

-> Arquivo: 28.11.2005 : Projeto Metacafé, Cyrano disse.
-> Arquivo: 19.8.2005 : Etsy.com - Pelo fim da produção industrial em massa!
-> Arquivo: 25.7.2005 : Escultura baseada em foto no Flickr
-> Arquivo: 7.7.2005 : Bolsinha feita com saco plástico reciclado
-> Compartilhando Banners : Livro - Generation T : 108 Ways to Transform a T-Shirt
-> Coletando : Mercado Livre : Tricô, Tricot, Crochê e Crochet



Balanço do trimestre na Tabadotupi - janeiro a março de 2006

Liga nois o salve milidias na Tabadotupi com o relatório do último trimestre, assinado pelo editor da Taba. Vai vendo:
- Balanço do Trimestre janeiro a março de 2006
- Extrato do trimestre da Tabadotupi.tk, ano 4, janeiro a março de 2006.

Sem miséria!

-> Taba : Silvícolas
-> Taba : Coletando: Coletando Regras
-> Coletando : Mercado Livre : Mercado Sócios
-> Technorati Tags: , , , , , ,

Fábrica de Criatividade, Capão Redondo, matéria no Estadão

Alunos de Break Dance

Liga nóis matéria milidias no jornal Estadão, suplemento Zona Sul. Tipo uma goma bem louca, se pam escolinha, incubadora, laboratório, sei lá. Olha a conversa:
Criatividade no centro do currículo escolar
Sexta-feira, 19 de Agosto de 2005, por Rodrigo Cerqueira Cesar

Complexo de ensino de arte em bairro carente demorou 8 anos para ser construído e custou R$ 1,5 milhão; meta agora é oferecer programas gratuitos para a comunidade

O bairro do Capão Redondo, um dos mais violentos da zona sul da cidade e carente de lazer e cultura, ganhou, em março, o espaço a Fábrica de Criatividade. Trata-se de um complexo de ensino de arte com proposta diferenciada, que custou R$ 1,5 milhão e é único na América do Sul. "A maioria das escolas são casas que foram adaptadas. A nossa foi idealizada exclusivamente para o ensino das artes, construída em oito
anos, desde o primeiro rascunho arquitetônico até a conclusão da obra", explica o idealizador do projeto, Denílson Shikako, músico formado em engenharia da computação.

A decoração do local chama a atenção logo na entrada, com a porta principal cheia de bolinhas de gude. Dentro, tudo foge ao normal. O chão é feito de garrafas e no banheiro há lousa branca e canetão próprios para grafitagem. Nos patamares, o visitante anda em cima da água que sai das paredes e cai numa cachoeira do lado de fora da escola. No palco do auditório, há passagens secretas, um dos quadros faz massagem na cabeça e, no terraço, uma praia fictícia remete a Copacabana, no Rio. Da chaminé-mirante, toda a zona sul de São Paulo pode ser vista.

A escola já conta com 200 alunos e proporciona, em ambientes temáticos, diversos cursos de artes, música, inglês e Criatividade - uma aula aberta, ministrada por Shikako, em que os alunos trabalham com todo tipo de material, resultando, por exemplo, em um abajur feito de CDs ou em uma cortina de copinhos. O conceito explorado é de que qualquer idéia pode tornar-se realidade e desenvolver os dois lados do cérebro. Os alunos são estimulados a levar para a escola qualquer material ou produto que acharem inusitado. Resultado? Já surgiram desde de geléia de jaca a Doritos sabor guacamole. "Queremos ser uma ponte entre o artista e o patrocinador, dar a chance de um cidadão comum realizar um sonho, que normalmente morre pela falta de incentivo e verba", afirma Shikako.

MODELO

Os cursos custam R$ 77,00, em grupo, e R$ 140,00, individual, mas a idéia de Shikako é oferecê-los gratuitamente, com ajuda da iniciativa privada, que auxiliou na construção do complexo. Para os moradores em geral, as opções de lazer, dentro do conceito, são apresentadas no anfiteatro como peças, vernissage, filmes, saraus, musicais de bandas e grupos de dança. "Nosso principal objetivo é captar recursos para darmos à população carente do Capão Redondo a oportunidade de crescer artisticamente, e emocionalmente, por que não dizer, já que poucos moradores sentem orgulho de pertencer a um bairro tão carente", afirma Shikako.

Países como Itália, Estados Unidos e Japão já possuem escolas que incentivam a criatividade. Em Treviso, norte da Itália, há uma mantida pela Benetton desde 1994. Opera como um laboratório, onde jovens experimentam novas formas de comunicação nas áreas de design, música, cinema, fotografia, editoração e Internet. Nos Estados Unidos, a instituição do gênero mais famosa é a IDEO, fundada por David Kelley.
Atualmente, é considerada a empresa de design industrial mais bem-sucedida e original da América do Norte. Desde 1995, disputa o concurso anual organizado pela Industrial Design Society of America, patrocinado pela Business Week, e já conquistou muitos prêmios. Fundada em 1978, a IDEO já produziu mais de 4 mil projetos de design.

Fábrica de Criatividade - Rua Doutor Luís da Fonseca Galvão, 248. Mais informações pelo telefone 5511-0055 ou pelo site www.fabricadecriatividade.com.br

Tá valendo!

-> Arquivo: 6.3.2006 : Faculdades Zumbi dos Palmares
-> Arquivo: 6.7.2005 : Negroponte fala do Laptop de U$ 100 no Estadão
-> Compartilhando Banners : Livro - A educação a distância e o professor virtual
-> Coletando : Mercado Livre : Busca : Rap, Grafite e Reciclagem

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